Para melhorar o desempenho e amenizar as dores, atletas recorrem a banhos de gelo e osteopatias, porém técnicas precisam de base científica para comprovar sua eficácia; os jogos olímpicos servem como vitrine para que sejam testados inúmeras terapias e produtos que ainda não tem comprovação cientificas. Desde as olimpíadas que aconteceram no Rio de Janeiro, técnicas de terapias vem sendo usadas e tendo seus fundamentos questionados, segundo o neurologistas Didier Bouhassira especialista em dores: “no esporte há uma grande propaganda de todas as medicinas alternativas. Há muitas procuras por parte dos atletas”.
Técnicas para melhorar desempenho e dores usadas em 2024
Durante as Olimpíadas de Paris em 2024, atletas passaram a usar a crioterapia, que consiste em ajudar os atletas a se recuperarem por meio do frio, e o método mais usado é através de banho em água fria. Segundo um artigo do British Journal of Sports Medicine, algumas federações solicitaram mais de 1.500 toneladas de gelo, um número bem superior aos solicitados nas olimpíadas de Tóquio em 2021; ainda segundo o artigo, apesar de o gelo ser usado em casos específicos de isolação, a técnica não tem comprovação científica de sua eficácia.
Banheira de gelo (Foto: reprodução/Istock/Getty Images Embed)
Outra técnica usada pelos atletas é um adesivo para a dor, denominado Initiv, fabricado pela indústria farmacêutica Sanofi, que mesmo antes de começar as olimpíadas já vinha sendo alvo de críticas, e mesmo que a indústria garanta que estudos clínicos foram aprovados pela comunidade científica, para o doutor Bouhassira, o adesivo não passa de um placebo que está mais para propagando do que para ciência.
Crítica a osteopatia
Segundo os críticos da osteopatia, o uso frequente da técnica causa um impacto negativo no ambiente com a produção e preservação de gelos em uma larga escala; apesar da sua promessa em corrigir uma gama de disfunções do organismo carecem de comprovação científica. Um estudo realizado pela JAMA Internal Medicine, em 2021, comparou a osteopatia com técnicas extravagantes que serviam como placebo e não eram significantes no plano clínico.
Foto destaque: Rebeca Andrade em uma banheira de gelo (Reprodução/instagram/@rebecarandrade)