O Brasil enfrenta um cenário alarmante nas primeiras semanas de 2024, com um expressivo aumento nos casos de dengue. Os números do Ministério da Saúde revelam um total de 55.859 casos prováveis e seis mortes, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2023.
O vírus da dengue, transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, possui quatro sorotipos. A infecção proporciona imunidade ao sorotipo específico, mas a pessoa permanece suscetível aos demais, permitindo recorrências. Especialistas afirmam que a gravidade da doença não está vinculada aos diferentes sorotipos.
Identificando e lidando com a dengue
Os sintomas da dengue variam de febre alta, dores de cabeça, dores no corpo, fraqueza a manchas vermelhas na pele. Em casos leves, o tratamento domiciliar é indicado, enfatizando a importância da hidratação e do uso de antitérmicos, como dipirona e paracetamol. Caso os sintomas persistam após sete dias, é aconselhável buscar atendimento médico para reavaliação.
Além dos sintomas leves, existem os "sinais de alarme" que indicam complicações iminentes, como dor abdominal intensa, náuseas, vômitos persistentes, sangramento de mucosas e hipotensão postural. Tais sinais surgem na fase crítica da doença, entre o quinto e sétimo dia após os primeiros sintomas, alertando para a necessidade de internação.
Quando a dengue clássica evolui para a hemorrágica, o comprometimento das plaquetas leva a sangramentos, geralmente nas gengivas, vômito, urina ou fezes. A dengue hemorrágica pode ocorrer na primeira infecção ou em casos de reinfecção, não seguindo uma regra específica.
Abordagem holística para combater a dengue
Não há um medicamento específico para a dengue, destacando-se a importância da hidratação com água e soros orais. Antitérmicos como dipirona e paracetamol podem ser utilizados para aliviar sintomas, com a ressalva de que o uso de medicamentos deve ser feito com orientação médica.
Mosquito Aedes aegypti picando um braço (Foto: reprodução/Freepik/Jcomp)
A prevenção, além da vacinação, envolve a redução da infestação de mosquitos. A vacina Qdenga, incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), estará disponível gratuitamente a partir de fevereiro para pessoas de quatro a 60 anos. A estratégia de vacinação será direcionada a regiões com alta transmissão nos últimos anos, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo com maior hospitalização por dengue.
Redução da infestação de mosquitos e proteção individual
A vacina, embora eficaz, não alcançará toda a população, tornando essencial a redução da infestação de mosquitos. Eliminar criadouros, evitar água parada e proteger reservatórios são práticas cruciais. O uso de repelentes contribui para a proteção individual.
Em meio a essa preocupante escalada da dengue, a informação e a prevenção emergem como ferramentas cruciais. O Brasil se depara com o desafio de conter o avanço da doença, destacando a importância de medidas individuais e coletivas para evitar complicações e proteger a população.
Foto destaque: Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue. Reprodução/Freepik/Jcomp