Adultos infectados pelo coronavírus, um em cada oito pode apresentar sintomas à longo prazo devido a Covid-19. Os são de um estudo holandês publicado na revista cientifica ‘The Lancet' nesta quinta-feira (04).
A análise aponta as primeiras comparações de sintomas de longo prazo após a infecção, geralmente é chamada de ‘Covid longa’, com sintomas em uma população que foi infectada, além de fazer a medição dos impactos da doença nos pacientes antes e após a infecção.
Segundo especialistas, incluir pessoas não infectadas pode permitir que se obtenha um previsão mais precisa dos sintomas de Covid-19 a longo prazo, e também uma melhor identificação dos principais sintomas relacionados.
Paciente com sintomas da Covid longa (Foto: Reprodução/Divulgação)
“Há uma necessidade urgente de dados que informem a escala e o escopo dos sintomas de longo prazo vivenciados por alguns pacientes após a Covid-19”, diz a pesquisadora Judith Rosmalen da Universidade de Groningen, na Holanda, principal autora do estudo.
A especialista ainda explica que a abordagem utilizada no estudo é para analisar os sintomas mais comuns que estão ligados a Covid longa, incluindo também problemas respiratórios, fadiga e a perda de paladar ou olfato, tanto antes do diagnóstico quanto em pessoas que não foram diagnosticadas com o vírus.
“Esse método nos permite levar em consideração sintomas pré-existentes e manifestações em pessoas não infectadas para oferecer uma definição de trabalho aprimorada para Covid longa e fornecer uma estimativa confiável de quanto tempo a doença provavelmente vai durar na população em geral”, explica.
Na pesquisa, os cientistas fizeram a coleta de dados pedindo aos participantes de um amplo estudo holandês, chamado de ‘Lifelines Covid-19 Cohort’, que fosse preenchido questionários digitais sobre 23 sintomas comuns que são associados à Covid longa. O questionário foi enviado 24 para as mesmas pessoas entre março de 2020 e agosto de 2021.
Dos 76.422 voluntários, 4.231 (5,5%) que tiveram Covid-19 foram comparados com 8.462 pessoas sem a doença (chamado de grupo controle), levando em consideração sexo, idade e o tempo que levou para poder preencher os questionários que indicavam um diagnóstico positivo.
Pessoas que estão com sintomas de Covid longa, podem fazer a reabilitação com a participação de uma equipe multiprofissional, envolvendo fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos e nutricionistas, pode trazer benefícios para a qualidade de vida de pacientes com a Covid longa.
“Sintomas como a perda de paladar e olfato já eram sinais de algo muito sério em relação ao hábito alimentar e agrava-se mais por causa da disfagia (dificuldade de engolir) decorrentes da intubação prolongada e traqueostomia”, afirma a médica Luciana Castilho de Figueiredo, supervisora da fisioterapia da UTI do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.
O especialista recomenda atividades físicas moderadas que não aumente a frequência cardíaca acima de 70% da capacidade máxima de esforço, como caminhadas.
Foto destaque: Paciente fazendo fisiotarapia. Reprodução/Divulgação