Saúde

Saúde mental na gravidez e puerpério: tema ainda é um desafio para saúde pública

Uma em cada cinco mulheres vai apresentar doença mental na gravidez ou em até um ano após o nascimento da criança, segundo dados da Organização Mundial da Saúde

13 Nov 2023 - 13h45 | Atualizado em 13 Nov 2023 - 13h45
Saúde mental na gravidez e puerpério: tema ainda é um desafio para saúde pública Lorena Bueri

A gravidez é um período que vêm acompanhado de mudanças na vida da mulher e que gera preocupações e expectativas. Todas as variáveis e oscilações emocionais deste período trazem uma sobrecarga, que pode impactar a saúde mental da mulher, trazendo um grande desafio para saúde pública no mundo ainda pouco discutido e tratado, tanto na atenção pré-natal como no pós-parto.  

Estigmas que dificultam um avanço social 

A psicóloga da Amparo Saúde Sabrina Abreu destaca dois pontos que, associados, tornam a gestante mais suscetível ao desenvolvimento de doenças mentais e representam um atraso no desenvolvimento de políticas públicas que tratem sobre o problema. Estes pontos são: a romantização da maternidade ao longo da história, repercutida com a falsa ideia da mulher que é uma "heroína", idealizada socialmente, e o fato de que, com isso, a saúde mental dessa mulher é negligenciada durante o pré-natal. Isso faz com que muitas mulheres se sintam sozinhas durante esse período, lidando com as emoções contraditórias que ele traz.

É necessário, portanto, ainda segundo a psicóloga, que esses paradigmas sejam rompidos e que espaços sejam criados para que a mulher possoa se expressar, possibilitando a elas serem enxergadas como reais, humanas e únicas no seu modo de viver a maternidade.

Para completar, “entre o terceiro e o décimo quinto dia pós parto, a mulher apresenta sintomas muito semelhantes a depressão, mas que na maioria das vezes são passageiros. É a persistência desses sintomas e a sua intensidade que podem sinalizar um acometimento psíquico”, explica a psicóloga. 

Programa de acolhimento

Pensando na necessidade de trazer à tona a questão e criar um espaço de acolhimento, escuta e apoio às suas colaboradoras, o Sabin Diagnóstico e Saúde incluiu há 3 anos o tema em seu Programa Gestação, que acompanha suas colaboradoras da descoberta da gravidez ao retorno às atividades de trabalho. Numa empresa onde 77% dos mais de 7000 colaboradores são mulheres, o programa, criado em 2014, conta com encontros mensais entre as gestantes de norte a sul do Brasil e cada encontro tem um eixo temático específico dentro do universo da gestação e puerpério. 

A gente percebe a importância do tema pela participação durante o encontro e pelas conversas que realizamos no privado com algumas delas. São momentos de troca, apoio, de olhar para si, perceber que não está só em suas angústias e medos, aprender com a experiência de uma outra colega, poder contribuir com alguém que está mais fragilizado, tudo isso gera uma rede de apoio incrível que promove entre outras coisas o fortalecimento dessas mulheres no espaço de trabalho”, destaca a gerente de pessoas do Sabin, Mariana Bittar.

Grupo Sabin | Referência em saúde, destaque em gestão de pessoas e liderança feminina, integra um portfólio de negócios que contempla análises clínicas, diagnósticos por imagem, anatomia patológica, genômica, imunização e check-up executivo.

Foto destaque: gestante no trabalho. (Foto/Reprodução)

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