O retinoblastoma é um câncer que começa na parte de trás dos olhos, afetando principalmente as crianças. Segundo o Ministério da Saúde, é o tumor ocular mais comum em crianças, representando em média de 3% dos cânceres infantis, chegando a ser mais de 350 casos por ano. Quando os sintomas são detectados rapidamente, sendo possível o tratamento imediato, as chances de cura chegam até 90%.
A doença ganhou força este ano desde que os apresentadores Tiago Leifert e Daiana Garbin revelaram que a filha Lua, 1 ano, foi diagnosticada com esta condição. Para informar cada vez mais os pais, cuidadores e profissionais de saúde sobre o tema, que até então era pouco falado, o dia 18 de setembro foi escolhido para enaltecer o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma.
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) e a Sociedade de Pediatria do Distrito Federal (SPDF) publicaram, de forma virtual, nesta quinta-feira (15/9), a campanha De Olho nos Olhinhos, idealizada por Leifert e Garbin. O evento foi definido com a divulgação de uma cartilha com as principais informações sobre a doença.
“É um choque gigante para os pais quando eles descobrem que as suas crianças, que são saudáveis, estão com um tumor maligno. Precisamos alertá-los que isso existe e que as chances de cura são altas”, explica a médica Isis Magalhães, diretora técnica do HCB.
De acordo com Isis, o HCB recebe cerca de quatro crianças por ano com retinoblastoma. Elas são encaminhadas para o pediatra da atenção primária ou pelo oftalmologista e, uma vez que se tornam pacientes do Hospital, já dando início ao tratamento.
Sinais de alerta
Uma simples foto pode mostrar um sinal importante aos pais. Crianças com retinoblastoma costumam apresentar um reflexo branco no centro do olho nas fotos com flash, enquanto na maioria das pessoas o reflexo é vermelho.
Tirando foto com flash. (Foto: Reprodução/Pexels)
O “olho de gato”, como é denominado, pode ser um indício que o tumor está crescendo. Isis Magalhães informa sobre outros sintomas:
- Estrabismo em um ou ambos os olhos;
- Movimentos irregulares do globo ocular;
- Problemas de visão que causam dificuldade para agarrar objetos próximos;
- Alteração da cor do olho;
- Vermelhidão constante no olho.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é dado por um um exame de fundo de olho chamado de retinoscopia indireta. A criança precisa estar sedada, com a pupila dilatada. Isis explica que a prova é diferente do teste do olhinho, feito ainda na maternidade logo depois do nascimento. Os médicos precisam estar atentos aos sinais para solicitar o exame com agilidade.
Cerca de 60% dos casos com o desenvolvimento da doença em um único olho; e 40% são bilaterais. O diagnóstico tardio pode levar à cegueira e, nos casos mais graves, até à morte. Além de aumentar as chances de cura, o diagnóstico precoce aumenta as chances de preservação da visão e do olho do paciente.
Tratamento
O tratamento da doença depende do caso do paciente, levando em consideração a idade, a forma da doença, unilateral ou bilateral, a extensão e a localização. Pode ser feito com terapia a laser, quimioterapia, enucleação, crioterapia e branquiterapia.
Foto destaque: Olho de criança. Reprodução pexels.
