Saúde

Rastreamento do câncer colorretal pode ter intervalo de 15 anos, revela pesquisa

Estudo sugere que o intervalo para colonoscopias pode ser estendido de 10 para 15 anos, potencialmente reduzindo procedimentos invasivos sem elevar riscos

07 Mai 2024 - 17h10 | Atualizado em 07 Mai 2024 - 17h10
Rastreamento do câncer colorretal pode ter intervalo de 15 anos, revela pesquisa Lorena Bueri

Um avanço significativo na medicina preventiva pode estar a caminho, conforme um estudo internacional recente propõe uma revisão nos protocolos de rastreamento do câncer colorretal. A pesquisa sugere que o espaçamento entre colonoscopias, atualmente recomendado a cada dez anos, poderia ser estendido para quinze anos, sem comprometer a eficácia na detecção da doença.

A colonoscopia é um procedimento diagnóstico que analisa o cólon e o íleo terminal, sendo essencial na identificação precoce do câncer colorretal. A detecção antecipada é crucial, pois aumenta significativamente as taxas de sucesso no tratamento. Tradicionalmente, após um exame inicial sem achados cancerígenos, os pacientes são aconselhados a repetir o processo uma década depois. No entanto, novos dados indicam que essa janela pode ser maior.


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Nova orientação de retorno para a colonoscopia pode ser de 15 anos, revela estudo (Foto: reprodução/Iechatnoir/GettyImages Embed)


Entenda o estudo

Em 2023, uma análise já havia apontado a raridade de casos avançados da doença emergindo até uma década após um teste negativo. Os números mostraram uma prevalência de apenas 6% a 7% em homens e 4% a 5% em mulheres, mesmo após o período de dez anos. Esses achados abriram caminho para a pesquisa atual, que expande essa observação.

O estudo em questão analisou mais de 110 mil adultos na Suécia, todos sem histórico familiar de câncer colorretal e com resultados negativos em sua primeira colonoscopia. Comparando-os a um grupo controle de quase dois milhões de pessoas que nunca haviam realizado o exame, os pesquisadores observaram que aqueles com colonoscopias iniciais negativas apresentavam um risco menor de desenvolver a doença ou morrer por ela num intervalo de quinze anos.

Com base nesses resultados, os cientistas propõem que o intervalo para a repetição do exame possa ser prolongado, reduzindo assim a necessidade de procedimentos invasivos sem aumentar os riscos para os pacientes. Esta descoberta tem o potencial de otimizar os recursos de saúde e melhorar a experiência do paciente.

Ampliação do prazo não é para todos

É importante notar que os resultados podem não ser aplicáveis universalmente. A maioria dos participantes do estudo eram suecos e brancos, o que pode limitar a generalização dos dados para outras populações.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica mantém a recomendação de uma colonoscopia a cada dez anos para indivíduos acima dos 45 anos, mesmo sem histórico familiar da doença.

Foto Destaque: estudo mostra que colonoscopia para rastrear câncer pode ter prazo ampliado em alguns casos (Reprodução/Pony Wang/GettyImages Embed)

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