Saúde

Prática ‘aquendar’ causa problemas de saúde em mulheres trans

Mulheres trans recorrem à prática aquendar para esconder órgão genital evitando preconceitos. No entanto, não sabem os riscos que o método causa a saúde. Saiba mais;

19 Jun 2023 - 11h02 | Atualizado em 19 Jun 2023 - 11h02
Prática ‘aquendar’ causa problemas de saúde em mulheres trans Lorena Bueri

O mês de junho é conhecido por celebrar a diversidade LGBT+. Em contrapartida, a  comunidade, que enfrenta sérios problemas de vulnerabilidades sociais, vêm causando alerta na área da saúde. O motivo é a infecção urinária e insuficiência renal causado pela prática de esconder o órgão genital de mulheres trans com alternativas não seguras: “aquendar”.

A modelo Melina Queiroz, de 22 anos, conta que aquendava com fita crepe e não deixava nenhum volume para evitar receber ofensas de colegas. No entanto, a prática fez com que a jovem deixasse de ir ao banheiro e beber água, tornando o exercício de esconder o órgão uma prática cansativa e perigosa: “Me machucava, chegava a assar, a dar alergia. Mas eu não tinha escolha”. 

O termo “aquendar” é uma ação feita por crossdresser, drag quens, travestis e mulheres trans no intuito disfarçar o volume do órgão íntimo, e funciona com o órgão puxado para trás, ficando entre as nádegas. O objetivo é dispersar ataques discriminatórios e intolerância.


Método alternativo para aquendação em campanha da Trucss (Reprodução/Instagram @trucssoficial)


Porém, ao realizar o método muitas utilizam produtos não adequados causando graves problemas de saúde, dentre eles estão o uso de cola, fitas adesivas e barbantes, ocasionando em assaduras, bolhas e ferimentos. A prática também faz com que a pessoa não vá ao banheiro devido ao tempo que será gasto desfazendo a aquendação, além de ser dolorido. 

Ficando horas sem beber água e ir ao banheiro, mulheres trans enfrentam sérios problemas renais levando às infecções, pedras nos rins, podendo ser necessário a hemodiálise (tratamento que limpa o sangue via máquinas) e até à morte. 

Segundo o urologista Marcelo Magalhães especialista em saúde LGBT+, os hábitos são os causadores das complicações. O médico diz que beber pouca água e não ir ao banheiro, causa infeções urinárias e formação de cálculos urinários. “É o que acontece com as pessoas com pênis que escondem o genital e evitam o trabalho de ir ao banheiro, por exemplo”, disse Marcelo.


Modelo da campanha de Trucss (Reprodução/Instagram @trucssoficial)


Silvana Bento, técnica em hemoterapia, ao observar o problema que prejudica a saúde pública conta que não se conformou e decide criar um produto íntimo destinado para mulheres trans: “Saber que várias mulheres transexuais chegavam ao ponto de ter que fazer hemodiálise ou se submeter a cirurgias por causa disso, mexeu comigo”.

O produto patenteado e desenhado pela profissional de saúde é em formato de funil trazendo um design confortável e o principal a “segurança”. Silvana Bento, agora empresária, lançou sua marca de peças íntimas “Trucss”. Confira o vídeo promocional:



Comercial da lingerie Trucss exibido na Record TV (Reprodução/ YouTube @Trucss)


Sendo transmitida na Record, em abril, o produto trouxe estilo, design, saúde, segurança e sofisticação. Com a premissa de conseguir ganhar alta escala e baratear, Silvana tem o desejo de que o produto alcance a todas as mulheres trans, possibilitando a elas irem ao banheiro com tranquilidade.

 

Foto destaque: Campanha da lingerie Trucss. Reprodução/Instagram

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