Depois de 30 anos de sua erradicação, a poliomielite e da paralisia infantil voltam a assustar o Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o aumento do movimento anticiência e antivacina é um dos responsáveis pela volta de diversas doenças.
A poliomielite chegou a contabilizar mais de 26 mil casos de infecção entre os anos 60 e 80. Em 1994, o Brasil conseguiu o certificado de erradicação da poliomielite da Organização Pan-Americana da Saúde, marca que também é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
Poliomielite estava desde 1994 erradicada do Brasil após intensiva campanha de vacinação. Reprodução/FioCruz
Roraima é atualmente o estado com menor cobertura vacinal contra a poliomielite, para tentar mudar o cenário a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNICEF) e outras 23 instituições se uniram para tentar aumentar o número de vacinados. É esperado que a estrutura para a vacinação e a comunicação com a população melhorem a partir desta união.
Outra doença que parece ter voltado é o Sarampo, erradicado em 2016, mas com a sua volta em 2018. Mesmo que 2022 tenha tido o menor número de infectados pelo sarampo desde que a doença voltou a circular, o Brasil ainda possui um grande desafio com a baixa cobertura da vacina.
Sarampo chegou a atingir cerca de 129 mil casos no Brasil em 1986, sendo que mais 2,6 milhões morreram pela doença na década de 70.
Segundo autoridades e especialistas, a diminuição do número de vacinados de forma geral veio durante a pandemia, o grande número de desinformações e Fake News sobre o vírus da Covid-19 e sobre as vacinas criaram uma adesão em massa aos movimentos anticiência e antivacina, que não afetaram somente a vacinação da Covid-19, como também as de outras doenças. As principais afetadas com isto acabam sendo as crianças, que não são levadas para os postos para que as suas carteiras de vacinação estejam completas.
Poliomielite e paralisia infantil voltam a assombrar Brasil depois de 30 anos. Reprodução/End Polio