Um composto presente em “cogumelos mágicos”, chamado de psilocibina, uma versão sintética, pode ser o novo método para o alívio de sintomas da depressão em pacientes que apresentam resistência aos demais tratamentos, de acordo com uma pesquisa realizada nesta quinta-feira, 3, no New England Journal of Medicine.
Cogumelos. (Foto: Reprodução/ Steve Buissinne/Pixabay)
Segundo essa mesma pesquisa publicada na revista científica, a psilocibina, substância encontrada em cogumelos alucinógenos, age de maneira semelhante e relativamente melhor do que o Oxalato de Escitalopram, medicamento antidepressivo, em pessoas que possuem depressão moderada ou severa.
O estudo duplo-cego foi preparado por pesquisadores do King’s College London e da Universidade de Oxford, ambas instituições ficam na Inglaterra, e a pesquisa foi financiada pela empresa de saúde mental COMPASS Pathfinder.
233 pessoas que têm depressão resistente aos métodos convencionais se voluntariaram para a realização do estudo. No entanto, foram envolvidos apenas aqueles pacientes que não estavam em risco clinicamente significativo de suicídio.
O procedimento consistiu na separação em três grupos: 79 voluntários receberam dose única de uma formulação sintética de psilocibina de 25 mg; 75 foram medicados com uma dose de 10 mg do composto; e os 79 restantes receberam uma dose de controle de 1 mg. Para garantir a segurança de todos, os pacientes tiveram acompanhamento psicológico durante o teste.
Três semanas após o recebimento da primeira dose, os pacientes retornaram para uma avaliação dos testes. Os voluntários que receberam a dosagem mais alta de psilocibina apresentaram níveis mais baixos de sintomas depressivos em comparação àqueles que receberam a dosagem mais baixa.
De acordo com o estudo, 29% do grupo dos pacientes testados não apresentou sintomas nas Escalas de Avaliação de Depressão de Montgomery & Asberg (MADRS). Enquanto, pelo menos 179 dos 233 voluntários reclamaram de terem sofrido algum sintoma ou desconforto, como dor de cabeça, náusea e tontura.
Apesar dos pesquisadores se atentar em incluir apenas pessoas que não tinham diagnósticos de risco significativo de suicídio, todos os três grupos que receberam as doses de psilocibina tiveram pacientes que experimentaram ideação ou comportamento suicida ou autolesão.
Os pesquisadores ainda desejam testar a segurança e eficácia do composto em um grupo maior, quando convocados na próxima fase do teste. A estimativa de conclusão da pesquisa é dentro de três anos.
Foto Destaque: Cogumelos (Reprodução/Tomasz Proszek/Pixabay)