Pesquisadores brasileiros explicam alterações moleculares em pessoas que cometeram suicídio através de um estudo para identificar potenciais alvos terapêuticos. O artigo foi publicado na revista Psychiatry Research.
O estudo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem de suicídio por ano no mundo. Na faixa etária entre 15 e 29 anos, o suicídio é a quarta principal causa das mortes. São diversos os fatores estão associados ao suicídio, condições econômica, problemas familiares, depressão.
Anualmente 700 mil pessoas cometem suicídio (Foto: reprodução/Portal Gov.br)
O grupo revisou os dados que sobre alterações moleculares no cérebro e no sangue e o uso de ferramentas como transcriptômica, proteômica e metabolômica apresentam um grande potencial, além de fornecer base para análise de fatores de suscetibilidade e potenciais alvos terapêuticos.
Um doutorando da UFSC recolheu 17 estudos que falavam sobre alterações cerebrais em pessoas que cometeram suicídios. Em uma entrevista para a CNN Brasil, Kaster afirmou: “essa região do cérebro apresenta uma grande conexão com os centros de controle emocional e de controle de impulsos. É fundamental em processos de flexibilidade comportamental e de tomada de decisão”.
A alteração no córtex pré-frontal
A informação é importante para o caso dos jovens, pois o córtex pré-frontal é uma das últimas regiões do cérebro a ficar maturada. Qualquer alteração causada nessa região pode impactar no controle emocional e comportamental. Nos estudos de Guilherme Reis de Oliveira, doutorando da Unicamp, orientado por Martins-de-Souza, foi possível perceber as alterações nos sistemas neurotransmissores.”As alterações moleculares foram principalmente associadas com células gliais, como astrócitos e micróglia, que apresentam interação próxima e dinâmica com os neurônios e são fundamentais no controle da comunicação celular, metabolismo e plasticidade”, conta Martins-de-Souza também a CNN.
Segundo Kaster, o suicídio pode ser evitado a partir de situações oportunas e por isso os estudos estão sendo desenvolvidos. É importante entender as questões econômicas, sociais e culturais de cada pessoa para poder ajudá-la.
Foto Destaque: pesquisadores encontram alterações moleculares em pessoas que cometeram suicído (Reprodução/Senado Federal)