Não tem como negar que a cerveja é uma das bebidas mais populares e antigas do mundo, no entanto, ao mesmo tempo, é uma divisora de opiniões pois há quem ame e também quem deteste o sabor do lúpulo (planta trepadeira da família das canabináceas), que é o responsável por dar à bebida seu aroma e gosto amargo. Segundo uma pesquisa recente, publicada na ACS Chemical Neuroscience, e divulgada pela “Veja”, tal ingrediente vai além do propósito de dar aroma à cerveja. Os produtos químicos que são extraídos das flores de lúpulo podem inibir a acumulação de proteínas beta-amiloides (associadas à doença de Alzheimer).
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— VEJA (@VEJA) November 8, 2022
Post sobre o assunto. (Reprodução/Twitter @VEJA)
Conforme detalhado pela “Veja”, a doença de Alzheimer é neurodegenerativa e é caracterizada por uma perda gradativa de neurônios e de sinapses no cérebro. O que causa essa doença é a aglomeração dessas proteínas na região cerebral, que ao se unirem, formam placas que impedem que haja comunicação entre as células durante as sinapses. As estratégias preventivas e terapêuticas com o potencial para interferir nesse processo são de crescente interesse pois esse processo acontece antes que qualquer sintoma se manifeste.
O veículo de comunicação mostra que, dentre as estratégias, existe uma que envolve os “nutracêuticos” ou alimentos que possuem alguma função medicinal ou nutricional como é o caso das flores de lúpulo, que têm sido exploradas como um ingrediente com potencial de interferir na aglomeração de proteínas beta-amiloides.
Os pesquisadores, com o propósito de identificar esses compostos, criaram e caracterizaram extratos de quatro variedades comuns de lúpulo, utilizando para isso método similar ao usado no processo da fabricação de cerveja. Com os testes, eles descobriram que os extratos contavam com propriedades antioxidantes e poderiam dificultar que as proteínas beta-amiloides se juntassem nas células nervosas humanas. O extrato do lúpulo Tettnang, encontrado em muitos tipos de cervejas mais leves, foi o de maior êxito.
A conclusão dos pesquisadores foi que, embora não justifique ingerir cervejas mais amargas, o trabalho mostra que os compostos de lúpulo podem servir como base para nutracêuticos que combatem o desenvolvimento da doença de Alzheimer.
Foto Destaque: Cerveja. Reprodução/Pxfuel.