A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou, em nova declaração publicada pelo Gabinete Regional Europeu da entidade, que as taxas de excesso de peso e de obesidade alcançaram grandes proporções por todo o planeta e continuam crescendo. Para lidar com a epidemia crescente, o relatório recomenda um conjunto de intervenções e opções políticas a fim de prevenir e combater a obesidade, com ênfase na recuperação após a pandemia da COVID-19 e na diminuição considerável das taxas até 2025.
Lançado em um evento de imprensa na última terça-feira (03) e apresentado no Congresso Europeu sobre a Obesidade revela que, na Europa, 59% dos adultos e quase uma em cada três crianças (29% dos meninos e 27% das meninas) têm excesso de peso ou vivem com obesidade. A prevalência de obesidade em adultos no continente é maior do que em qualquer outra região, exceto nas Américas.
O excesso de peso e a obesidade estão entre as principais causas de morte e incapacidade na Europa, com estimativas recentes sugerindo que causam mais de 1,2 milhões de mortes por ano, correspondendo a mais de 13% da mortalidade total na região. Além disso, tais doenças também são o principal fator de risco para a incapacidade, causando 7% do total de anos vividos com deficiência no mundo inteiro.
Categorias de sobrepeso e obesidade de acordo com o índice de massa corporal (IMC). (Foto/Reprodução/GC)
Especialistas afirmam que houve mudanças desfavoráveis nos padrões de consumo de alimentos e atividade física durante a pandemia, que terão efeitos sobre a saúde da população nos próximos anos e precisarão de esforços significativos para reverter. "A obesidade não conhece fronteiras. Na Europa e na Ásia Central, nenhum país vai cumprir a meta global da Organização de deter o aumento da obesidade", disse o Dr. Hans Henri P. Kluge, Diretor Regional da OMS na Europa.
A condição diminui quase todos os aspectos da saúde, da função reprodutiva e respiratória à memória e ao humor, além de aumentar o risco de várias doenças debilitantes e mortais, incluindo diabetes, doenças cardíacas e alguns cânceres.
O relatório da OMS destaca algumas políticas que mostram promessas na redução dos níveis de obesidade e excesso de peso: "Os países são incrivelmente diversos, mas cada um deles é desafiado até certo ponto. Ao criar ambientes mais capacitantes, promovendo investimento e inovação em saúde e desenvolvendo sistemas de saúde fortes e resilientes, podemos mudar a trajetória da obesidade", completou o diretor.
Foto destaque: Cálculo do percentual de gordura abdominal (Reprodução/AdobeStock)