A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou nesta terça-feira (18) sobre a possibilidade de a Ômicron não ser a última variante da Covid-19. Isso porque o nível de transmissão da doença ao redor do mundo permanece alto, o que pode gerar mutações no vírus e o surgimento de uma nova variante.
Durante coletiva de imprensa em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chamou atenção para o novo coronavírus. A enfermidade levou a 18 milhões de novas infecções em todo o mundo na semana passada.
“A pandemia não está nada perto de acabar, e com o rápido crescimento da Ômicron globalmente, novas variantes devem surgir, o que mantém o rastreamento e o monitoramento como essenciais”, adverte Adhanom. Além disso, ele sinalizou que a doença está causando hospitalizações e mortes, argumento reforçado pelo diretor de emergências da OMS, Mike Ryan.
Na França, o número de casos chegou a 464.769 na terça-feira, indicando um novo recorde diário da pandemia. Essa quantidade equivale a mais de quatro vezes o valor de 102.144 registrado na segunda-feira. A Itália caminha na mesma direção e conta com 228.179 novas infecções (contra 83.403 no dia anterior).
Outra questão lembrada por Tedros foi a saúde dos profissionais que atuam no combate à Covid-19:
“O número de mortes permanece estável no momento, mas estamos preocupados com o impacto que a Ômicron já tem nos profissionais da saúde, que estão exaustos, e nos sistemas de saúde sobrecarregados”, conta.
No começo da pandemia, Tedros Adhanom fez declaração sobre brasileiros: "O mundo tem visto o sofrimento do Brasil". (Foto: Reprodução/REUTERS)
Embora países desenvolvidos estejam vivenciando o avanço da patologia, a desigualdade na vacinação tem sido um entrave na luta contra o vírus. A OMS declarou, no dia 29 de novembro de 2021, que apenas 0,6% das vacinas contra a Covid-19 foram destinadas a países de baixa renda, a maioria no continente africano.
Adhanom, que na ocasião manifestou a importância da equidade vacinal, hoje volta a pontuar o temor com os índices baixos de vacinação:
“Estou preocupado que, ao menos que mudemos o modelo atual, entremos em uma segunda fase ainda mais destrutiva de desigualdade na vacinação (...) Só poderemos vencer esse vírus se trabalharmos juntos e compartilharmos ferramentas de saúde de forma igualitária. É simples assim”, conclui.
Foto Destaque: Novo coronavírus. Reprodução/Pixabay.