Saúde

Número de mortes por causa da dengue no país em 2022 é o maior em seis anos

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico de 2022, divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram que o número de mortes devido a dengue foi quatro vezes maior que em 2021

04 Jan 2023 - 10h54 | Atualizado em 04 Jan 2023 - 10h54
Número de mortes por causa da dengue no país em 2022 é o maior em seis anos Lorena Bueri

A estação em que nos encontramos trata-se da mais quente mas também a mais chuvosa e tal união acaba por ajudar na proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue. Nesse período do ano é necessário voltar a atenção para cuidados como evitar o acúmulo de água parada em locais ao ar livre e eliminar os focos de reprodução do inseto. O Aedes Aegypts é responsável pela transmissão, além da dengue, da chikungunya, febre amarela e Zika.  

A sociedade médica mostra-se preocupada pois após dois anos de redução, o número de mortes causadas pela dengue voltou a subir no Brasil e, segundo dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), é o maior registrado nos últimos seis anos. Até 10 de dezembro de 2022 foram 980 mortes por causa da doença, 400% a mais do que o número registrado em 2021, e mais de 1,4 milhão de casos foram registrados, alta de 172,4%. 

Em Minas Gerais, a Secretaria do Estado de Saúde (SES) divulgou que também houve uma disparada de mortes e casos de dengue.  

Até 20 de dezembro, o estado registrou 90.713 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Do total, 69.768 casos foram confirmados para doença, alta de 340% em comparação ao mesmo período do ano de 2021. Foram 63 mortes confirmadas e 20 estão sendo investigadas até o momento. 

Conforme o “Estado de Minas”, é justamente nesta época do ano que o mosquito transmissor encontra o clima e o ambiente perfeito para pode se reproduzir e precisa de água parada para poder botar seus ovos. A infectologista da Fundação São Francisco Xavier, Andréa Maria de Assis Cabral, explica: “O vírus da dengue é transmitido para humanos por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti infectado. Depois do período de incubação, esse vírus pode ser transmitido para outras pessoas que forem picadas pelo mesmo inseto. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito e, assim, evitar que ele se prolifere”

Apesar disso, o vírus não pode ser transmitido de um humano para outro, somente em casos de transmissão vertical, em que uma gestante passa para o seu bebê ou através de uma transfusão de sangue. 


Post sobre a dengue. (Reprodução/Twitter @minsaude)


Os sintomas da doença

A infecção pela doença pode ser assintomática (ou seja, sem a presença de sintomas), leve ou grave. A infectologista diz que: “A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, variando desde casos assintomáticos a quadros graves, inclusive óbitos. Nos casos sintomáticos pode apresentar três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação”.

Os sintomas são: febre alta, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas avermelhadas pelo corpo. 

O primeiro sintoma da dengue a aparecer é a febre alta que dura entre 2 a 7 dias acompanhando de uma fraqueza e também dores pelo corpo. É nessa fase que fica mais difícil de distinguir a dengue de outras doenças, por isso que é necessário procurar por um atendimento médico em caso de suspeita.  

Gravidade

Há a possibilidade de a enfermidade evoluir para quadros mais graves. De acordo com o “Estado de Minas”, entre os sinais de alarme estão as dores abdominais intensas, vômitos persistentes, sangramento de mucosa, acúmulo de líquidos, aumento progressivo de glóbulos vermelhos (também chamadas de hemácias) no sangue, tontura e queda de pressão em determinadas posições, perda de sensibilidade e movimentos ou irritabilidade. 

A infectologista Andréa Maria de Assis Cabral alerta que casos graves da enfermidade resultam em choque, que ocorre quando um grande volume de plasma é perdido. A especialista ressalta: “Os sinais são pulso rápido e fraco, diminuição da pressão, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. Convulsões também podem se manifestar em alguns pacientes. O choque tem duração curta e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada”.

Prevenção

O principal meio para prevenir a dengue e outras arboviroses (doenças que são causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos) como a chikungunya, febre amarela e Zika é procurar evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Assim, o necessário é tomar cuidado com relação a criadouros e procurar eliminar água armazenada, como por exemplo em pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, vasos de plantas e também recipientes pequenos. Um outro cuidado importante é trocar a água de animais de estimação.  


Post sobre a dengue. (Reprodução/Twitter @minsaude)


Por fim, a infectologista informa que uma forma de proteção ás picadas do mosquito Aedes Aegypti é usar roupas que reduzam a exposição da pele durante o dia (quando os mosquitos estão mais ativos). Além disso, também aponta para o uso de repelentes, inseticidas e mosqueteiros como uma rotina diurna e noturna das famílias. 

Foto Destaque: O mosquito Aedes Aegypti. Reprodução/Pixabay.

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