Cientistas descobriram novas possíveis causas para a Síndrome das Pernas Inquietas, distúrbio caracterizado por "uma sensação mal definida de incômodo e desconforto nos membros inferiores, associada à uma necessidade irresistível de movimentação que alivia os sintomas", de acordo com a Sociedade Beneficiente Israelita Brasileira. A descoberta foi publicada na revista Nature Genetics no dia 5 de junho.
As novas informações podem ajudar a identificar a doença em pacientes mais rapidamente e ajudar a aliviar os sintomas da doença que não possui cura.
Centro médico da Universidade Tecnológica de Munique (Foto: reprodução/Booking Health)
Doença Comum
A Síndrome das Pernas Inquietas ou Doença de Willis-Ekbom, acomete cerca de 10% da população idosa mundial, dentre os quais aproximadamente 3% tem a versão mais severa da síndrome. Ainda que não se saiba a causa exata do problema, a medicina já foi capaz de identificar alguns fatores que facilitam o seu surgimento, como doenças psicológicas (ansiedade e depressão), problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão. Embora já se saibam regiões do genoma humano mais propícias a desenvolver a doença, não é possível identificar um marcador genético comum a todos os casos.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Instituto de Genética Humana da Universidade Técnica de Munique, realizaram o maior estudo já conhecido sobre a doença até hoje, no qual compararam dados de mais de 100 mil pacientes com a condição clínica e 1,5 milhão de pessoas que não a possuem, buscando descobrir um padrão que se repita somente nos acometidos pela síndrome.
Estudantes em frente ao Centro de Estudos Médicos da Universidade de Cambridge, uma das responsáveis pela pesquisa (Foto: reprodução/Stephen Bevan/Cambridge University)
Novas descobertas
Os resultados da pesquisa, ainda que não suficientes para curar a síndrome, são bastante revolucionários e inovadores, pois revelaram mais de 140 novas regiões do genoma em que a Síndrome tende a estar presente, além de confirmar a suspeita sobre maior incidência da Síndrome em pessoas do sexo feminino, uma vez que ela se manifesta em 3 regiões do cromossomo X, que está em duplicidade em pessoas desse grupo enquanto os indivíduos do sexo masculino possuem a formulação XY.
Os novos dados também tornam possíveis, a partir de uma combinação de análises, a previsão de quais são os indivíduos mais propensos a desenvolverem a doença em um futuro próximo, com cerca de 90% de acerto.
Foto destaque: Pernas em uma cama (Reprodução/Getty Images Embed/BBC)