Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade Médica de Taipei, em Taiwan, e publicado na revista científica JAMA Network Open dia 19, aponta que passar longos períodos sentado pode aumentar em 16% o risco de morte precoce. A pesquisa analisou dados de saúde de quase meio milhão de pessoas ao longo de 20 anos, revelando os impactos significativos do sedentarismo, principalmente no ambiente de trabalho.
Homem em ambiente de trabalho sentado (Foto/Reprodução/Freepik)
Duas décadas de análise de dados de saúde
Os cientistas, ao analisarem os resultados de saúde de 481.688 pessoas, observaram que aqueles que passavam períodos prolongados sentados no trabalho tinham 16% mais chances de morte precoce em comparação com os mais ativos. Além disso, constataram um aumento de 34% no risco de morte por doença cardiovascular entre aqueles que permaneciam mais tempo sentados. O estudo acompanhou os participantes ao longo de duas décadas, ajustando variáveis como sexo, idade, tabagismo, consumo de álcool e índice de massa corporal (IMC).
Atividade física reduz riscos
A análise também revelou que pessoas que adotavam um estilo de vida "combinado", alternando entre períodos sentados e não sentados no trabalho, não apresentavam risco aumentado de mortalidade. Curiosamente, aqueles com uma vida profissional sedentária, mas que praticavam exercícios físicos durante o tempo livre, apresentavam um risco reduzido de morte por todas as causas e por doenças cardiovasculares.
Os cientistas sugerem que o aumento do risco de morte e doenças cardíacas pode ser compensado com 15 a 30 minutos de exercícios vigorosos por dia. Ao longo das duas décadas do estudo, ocorreram 26.257 mortes, sendo que aproximadamente 57% delas estavam relacionadas a pessoas que passavam mais tempo sentadas no trabalho. A prática de exercícios físicos mostrou ser fundamental na redução desses riscos.
As conclusões indicam que medidas preventivas, como pausas mais frequentes, mesas em pé e áreas de trabalho dedicadas a atividades físicas, são essenciais para mitigar os riscos associados ao tempo prolongado sentado no trabalho. Wayne Gao, autor principal da pesquisa, destaca que a sessão ocupacional prolongada, considerada normal no estilo de vida moderno, demanda atenção devido aos efeitos deletérios comprovados na saúde. Reduzir o tempo prolongado no local de trabalho e aumentar a atividade física diária são passos benéficos na mitigação desses riscos elevados de mortalidade por todas as causas e doenças cardiovasculares.
Foto destaque: Homem sentado (reprodução/freepik)