A toxina botulínica é o tratamento mais utilizado na medicina estética, e o número cresce a cada ano. Em 2023, foram vendidos somente Espanha 332 mil frascos deste medicamento, para fins estéticos por 79,3 milhões de euros, segundo dados da consultoria especializada Iqvia. Outro fator que contribui para a popularidade é também porque o debate se tornou científico, com dezenas de artigos publicados em revistas médicas e muitas horas de perguntas em conferências do setor.
A administração adequada, e a qualidade de vida do paciente, impacta nos efeitos da toxina e também no tempoem que ela fica visível. "É verdade que os efeitos da toxina às vezes duram menos do que o esperado", afirma Fernando García Monforte, médico especialista na disciplina e coautor de um estudo publicado recentemente na revista científica Aesthetic Medicine com o título "Toxina botulínica".
Vídeo com 5 motivos que fazem o botox durar menos. (Vídeo: reprodução/YouTube/Dra. Marina Hayashida)
Botox: o que é, para que serve e como funciona
A toxina botulínica é uma proteína produzida na natureza por bactérias da espécie Clostridium botulinum. Ao iniciar seu efeito, o botox causa paralisia muscular inibindo a liberação de acetilcolina, que é o transmissor de comunicação entre os neurônios. "Na prática, isso faz com que as terminações nervosas deixem de dar ordens aos músculos", explica Francisco Zaragoza, professor de Farmacologia da Universidade de Alcalá de Henares (Madrid).
O mesmo efeito que a torna esteticamente mais bonita, é o mesmo a deixa perigosa. Aplicada com pequenas doses, tem um maior potencial de bons resultados, e também não causa nenhum dano à saúde. Porém, o mau uso pode causar intoxicação, fazendo com que a pessoa se "afogue" nos próprios músculos respiratórios.
O uso pela estética, é utilizado para eliminar ou reduzir rugas faciais como as da testa, entre as sobrancelhas e ao redor dos olhos. Em outras áreas da medicina, a toxina é utilizada em muitas doenças musculares, como distonia, espasticidade, bruxismo, em alguns casos de enxaqueca, entre outras.
Durabilidade
No verão, os efeitos da toxina botulínica tendem a durar menos. Isso acontece por conta do calor e do sol que contribuem para a degradação do produto sob a pele. As pessoas que passam por momentos de estresse também podem vir a ter efeitos menos duradouros. No geral, tudo o que envolve mais atividade, tensão ou movimento pode encurtar o efeito.
Segundo o artigo publicado por García Monforte, “os responsáveis pela fabricação e distribuição da toxina negam que haja uma causa dependente do fabricante em relação ao encurtamento da eficácia das toxinas”.
No entanto, a qualidade do produto e a forma de manuseio na aplicação, também interferem no resultado e tempo do efeito da toxina.
Foto destaque: seringa com toxina botulinica (Reprodução/Tribuna do Sertão)