Faltando dois meses para o fim de 2022, o Governo Federal não definiu o cronograma de vacinação contra a Covid-19 para o ano de 2023. Além disso, o Ministério da Saúde não divulgou novos contratos com laboratórios para o ano que vem, mas em 2021, tal política teve sua divulgação no início do mês de outubro, conforme informações do site “JOTA”.
O veículo de comunicação mostrou que um dos cenários levantados é o de recorres às doses que devem sobrar neste ano, tendo em vista a baixa procura pelas terceira e quarta doses.
Ministério da Saúde ainda não tem cronograma de vacinação contra Covid-19 para 2023.
— JOTA (@JotaInfo) November 1, 2022
Novos contratos com os laboratórios que produzem os imunizantes também não foram divulgados pelo governo.https://t.co/NEjXgH76KJ
Post sobre o assunto. (Reprodução/Twitter @JotaInfo)
De acordo com dados do LocalizaSUS, coordenado pela pasta, só 61,3% das pessoas que tomaram a segunda dose do imunizante também receberam o reforço até a última segunda-feira. Quando se considera a quarta dose, liberada pela pasta para indivíduos a partir dos 40 anos, imunossuprimidos e profissionais da saúde, essa porcentagem cai para 21,6%.
Segundo o Ministério da Saúde, vai ser preciso definir quais vacinas vão ser utilizadas, quantas doses devem ser aplicadas e também qual vai ser o público-alvo. Conforme a avaliação de integrantes, faltam respostas da ciência para solucionar questões como essas. Tal tópico passa por avaliação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI/PNI) da pasta, no entanto, segue indefinido.
Porém, à base de comparação, em 8 de outubro de 2021, a pasta anunciou o calendário de vacinação contra a doença pandêmica para o ano de 2022 em entrevista à imprensa após elaborar três cenários para a vacinação a pedido da CPI da Covid. Após um ano, o que é apresentado pela experiência e os dados científicos é a importância da imunização para ocorrer a redução de casos, de internações e os falecimentos causados pela enfermidade, o que pode ser comprometido com uma queda da cobertura vacinal.
Segundo o já citado site, o que é tendência é dar prioridade à vacinação com o imunizante fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Um ponto a se levar em consideração, principalmente, quando se menciona a aplicação em larga-escala, é que o valor de tal vacina é considerado acessível. De acordo com a instituição, a última negociação foi de R$ 34,54 por dose.
O Instituto Butantan, ao JOTA, informou que não existe “sinalização de vendas” tanto em mercado nacional, direcionados ao ministério ou aos estados, quanto no internacional. O centro de pesquisa tem como objetivo ampliar mais a capacidade de produção para até 300 milhões de doses por ano, envolvendo nisso todas as vacinas. No caso da Pfizer, esta disse que não comenta possíveis negociações em andamento.
Além disso, a ausência de definição quanto a vacinação contra a Covid-19 no SUS acaba refletindo nas clínicas particulares. Por conta da falta de informações do governo, as entidades do setor ainda não sabem como vão se planejar para o ano de 2023. Entretanto, esta não é a única pedra no caminho, há outras como o alto preço e a aplicação multidose (necessidade de ter de abrir um frasco e utilizá-lo em mais de um indivíduo em um espaço curto de tempo).
Algumas clínicas adquiriram os imunizantes contra a Covid-19 assim que foram suspensas as barreiras de aquisição. A aposta do setor é que a vacina passe a ser ofertada no SUS, a partir do próximo ano, somente para pessoas de grupos vulneráveis.
O esperado era que a procura pelo produto siga o mesmo padrão da vacinação contra a gripe. Os grupos não atendidos pela imunização do SUS e empresas poderiam ofertar a seus funcionários a vacina. Segundo o setor, a procura pela vacina foi pequena este ano.
Foto Destaque: Ministério da Saúde. Reprodução/Twitter @JotaInfo.