Saúde

Hepatite infantil: cresce número de notificações da doença que tem causa desconhecida pelos médicos

Especialista da Criogênesis explica quais são os sinais de alerta e quando procurar ajuda médica.

16 Nov 2022 - 10h55 | Atualizado em 16 Nov 2022 - 10h55
Hepatite infantil: cresce número de notificações da doença que tem causa desconhecida pelos médicos Lorena Bueri

A Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu, recentemente, um alerta sobre a possibilidade de existência de um surto de hepatite aguda infantil de causa desconhecida. As primeiras notificações foram encontradas em crianças com menos de dez anos, sem doenças pré-existentes. No Brasil, só em 2022, dados do Ministério da Saúde apontam 28 casos suspeitos de hepatite viral, com maiores índices nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com Dra. Paula Borelli, a hepatite é um processo inflamatório do fígado, que geralmente acontece em decorrência de quadros infecciosos. “Os principais causadores são os vírus, mas a patologia também pode ser desencadeada pelo uso excessivo de alguns medicamentos, doenças autoimunes, uso de drogas e consumo excessivo de álcool”, explica.

A especialista afirma que, na infância, o principal risco da hepatite viral é a chance de causar problemas a outros órgãos ou evoluir para uma versão aguda fulminante. “Essas complicações ocorrem em um grupo pequeno de crianças, correspondendo ao espectro mais grave da doença”, ressalta Dra. Paula. “Nesses casos, o risco é maior. Por isso, o paciente deve ser transferido para um serviço especializado, podendo ser necessário um transplante de fígado”, detalha.


(Foto/Reprodução)


Apesar do aumento dos casos no país, a hematologista explica que não há necessidade de alarde, contudo, é importante se atentar aos sintomas. “A nova variação de hepatite costuma se apresentar na forma aguda e com o aspecto amarelado da icterícia mais evidente. Além disso, acompanha sintomas gastrointestinais, como diarreia, vômito, febre e dores musculares”, alerta.

O tratamento busca aliviar os sintomas, tratar e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações podem ser aprimoradas assim que a origem da infecção for determinada. “Geralmente, a doença é solucionada após algumas semanas, sendo recomendado repouso, alimentação pobre em gordura e carboidratos e ingestão de muito líquidos”, indica.

Para finalizar, a médica enfatiza que algumas precauções relativamente simples podem ajudar a prevenir a transmissão de diferentes formas da doença. “Educar os pequenos a manter a higiene é fundamental para afastar os vírus. Isso porque eles residem nas fezes e se propaga por meio de outros hospedeiros. Além disso, o ideal é manter a caderneta de vacinação em dia. Doses contra hepatite A e B estão disponíveis pelo SUS”, pontua.

Foto Destaque: Reprodução

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