Foi divulgado nas redes sociais um vídeo onde um homem afirma que a “vacina contra a gripe é precursora do câncer”, incitando burburinho entre as massas desinformadas. Não obstante, nos últimos anos a vacinação tornou-se alvo de questionamentos, tanto no que tange sua eficácia, quanto seus aspectos constituintes, gerando desacreditação, e até mesmo negligencia na própria ciência.
A vacina contra a Influenza A (Gripe), assim como qualquer outra vacina, é uma substância cujo único e específico objetivo é estimular a ativação do sistema imune contra uma determinada doença, fazendo com que as células de defesa produzam anticorpos que reconhecerão o microrganismo (vírus) caso entre em contato com o indivíduo. Se fôssemos ilustrar utilizando um jogo de futebol, basicamente seria um treino para o grande campeonato.
Movimento Nacional pela Vacinação. (Vídeo: Reprodução/Ministério da Saúde).
Essa substância é produzida a partir de epítopos imunogênicos, ou seja, pequenas partes atenuadas ou inativas dos microrganismos alvo (podem ser vírus, bactérias) que, ao entrarem em contato com a biologia humana, ativa uma maquinária complexa de respostas celulares, culminando na produção de proteínas altamente específicas (anticorpos), para mais tarde serem utilizadas no reconhecimento do agente causador da doença e, consequentemente, eliminá-lo. Esse processo é o que denominamos como Sistema Imune Ativo.
As células especializadas na produção de anticorpos, após um processo de diferenciação, são os Linfócitos B, unidades importantes do sistema imunológico que trabalham incessantemente na resposta de estímulos internos e externos que necessitem de ações mais específicas e decisivas. Porém, ainda assim, é importante salientar que outras células e substâncias corroboram para o processo de defesa, como os Linfócitos T e as Interleucinas.
O desenvolvimento de vacinas é um avanço dentro da ciência, sendo um mecanismo rápido e eficaz para sanar possíveis novas pandemias e/ou complicações, abrandando os sintomas. Além de envolver muito estudo, são fármacos submetidos a importantes critérios de análise e segurança, margeando criteriosa fiscalização por órgãos competentes (ANVISA).
Segundo a PhD em BiociÊncias e Fisiopatologia e mestre em Imunologia Letícia Sarturi, “a vacina não tem nenhuma possibilidade de gerar mutação em células (câncer). Não tem nenhuma substância presente em vacinas que provoque esse tipo de mutação. Até o momento não há nenhum conhecimento de nenhuma substância presente em vacina capaz de fazer isso".
Resumidamente, o câncer é uma patologia causada pela mutação acelerada e desordenada de células, que se multiplicam e agrupam-se formando tumores altamente invasivos. As vacinas, por sua vez, não prospectam essa desorganização.
Foto destaque: Doença viral. Reprodução/Guia da Farmácia.