Saúde

Fábrica de mosquitos possibilita redução de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Uma parceria entre a Fiocruz com a ONG World Mosquito Program (WMP) promete diminuir em grande escala a transmissão de doenças como a chikungunya, Zika e dengue.

19 Abr 2023 - 20h25 | Atualizado em 19 Abr 2023 - 20h25
Fábrica de mosquitos possibilita redução de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti Lorena Bueri

Atingindo o Brasil em todos os anos, a transmissão de doenças por meio do mosquito Aedes aegypti, como no caso da Zika, chikungunya e dengue, é um grande problema para a saúde pública. No entanto, uma parceria entre a ONG WMP (World Mosquito Program) e a Fiocruz, procura soluções para a melhor resolução desse problema em questão. Uma biofábrica será construída pelas organizações, que tem como intuito produzir cerca de 5 bilhões de mosquitos imunes a arboviroses em cada ano.

A pretensão do projeto é infectar esses mosquitos em especifico com uma bactéria do gênero Wolbachia, buscando impedir a propagação regular do vírus responsável pela chikungunya, dengue e Zika, além da febre amarela. Com a soltura onde o A. aegypti é endêmico, os insetos que tenham a proteção acabam por reproduzir com outros mosquitos não protegidos, levando o microrganismo para a sua prole, o que resulta na redução de transmissão dessas doenças.

Mostrando-se segura para o meio ambiente, para os seres humanos e para os próprios insetos, a tecnologia que teve seu desenvolvimento em Melbourne, na Austrália, foi implantada dentro de 12 países. Em 2014, os testes deram inicio no Brasil, após a liberação dos mosquitos infectados com essa bactéria protetora nos municípios de Belo Horizonte, Petrolina, Rio de Janeiro, Campo Grande e Niterói.


Aedes aegypti. (Foto: Reprodução/iStockphoto/Getty Images/VEJA)


Na cidade de Niterói, os casos de dengue, Zika e chikungunya chegaram a obter uma baixa de 76%, 56% a 37%, conforme os testes foram sendo feitos. As instituições federais poderão financiar e comprar a tecnologia, já que a ANVISA aprovou o método utilizado, no ano de 2022.

Segundo informações, a biofábrica custará R$100 milhões aproximadamente, os quais o Instituto de Biologia Molecular do Paraná juntamente com a WMP serão responsáveis por pagar, facilitando o alcance do método pelo território nacional. Dentro de alguns anos é esperado que as economias provocadas pela diminuição de afastamentos do trabalho e dos custos médicos, acabem por cobrir todos os gastos com a implementação.

Foto destaque: Aedes aegypti. Reprodução/Rajat Mohanty/Getty Images/VEJA

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