“Experiência de quase morte”, pode ocorrer depois que o coração e a respiração param e os médicos trazem o paciente de volta à vida. Acontece não apenas durante um ataque cardíaco, mas também quando uma pessoa morre por qualquer motivo. Desde que a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) foi descoberta em 1960, milhões de pessoas relataram experiências de quase morte - é o que diz o médico intensivo da NYU Langone Health, Sam Parnia.
Parnia pesquisa o fenômeno há décadas, é o autor sênior de um novo estudo que busca descobrir o que ele chama de “consciência oculta” da morte. No estudo, é possível medir a atividade elétrica do cérebro no momento em que o coração e a respiração param - “Eles têm a sensação de que estão separados do corpo e podem ver e ouvir médicos e enfermeiros. E foram capazes de relatar o que os médicos estavam fazendo com eles de uma forma de 360 graus que é inexplicável para eles”.
Relato
Segundo Aubrey Osteen, de 80 anos, cirurgiões estavam prestes a serrar seu peito após um ataque cardíaco em dezembro de 2020, porém, logo ele ficou consciente. "Eu solicitei mais anestesia e esperei, mas logo percebi que não estava na mesma dimensão que eles, então não podiam me ouvir de qualquer maneira."
Experiência de quase morte vem sendo relatada por pacientes que estiveram entre a vida e a morte (Foto:Reprodução/ Head Topics)
Osteen conta que enquanto a equipe cirúrgica realizava os procedimentos em seu corpo, viu-se flutuar acima da mesa de operação, observando todas as movimentações na sala - "Quando meus rins pararam de funcionar simultaneamente, eu soube que estava morto. Foi nesse momento que avancei para a próxima fase", declarou.
Ele relatou que esteve na presença de Deus e que havia um anjo confortando-lhe, dizendo que tudo ficaria bem.
Estudo
Publicado nesta quinta-feira (14) na revista Resuscitation, equipes foram a hospitais nos Estados Unidos, Reino Unido e Bulgária e acompanharam os médicos nos atendimentos aos pacientes tecnicamente mortos.
Enquanto eles realizavam a RCP, foram fixados dispositivos que mediam o oxigênio e a atividade elétrica na cabeça desses pacientes. Alguns médicos realizaram a RCP por até uma hora, onde foi possível observar que, curiosamente, após uma hora houve picos/ surgimento de atividade elétrica cerebral. A mesma que temos em estado normal quando falamos e nos concentramos profundamente.
"Pudemos confirmar a autenticidade da experiência de morte relatada. Ela está associada à morte e identificamos um marcador cerebral específico. Esses sinais elétricos não são meramente produzidos pelo cérebro à beira da morte, como alguns críticos sugeriram", afirmou Pernia.
Foto Destaque: Médicos tentam reanimar paciente/ Reprodução/ Metrópoles.