A doença do Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa. Estudos apontam que a doença pode iniciar de 15 a 20 anos, antes de apresentarem sintomas, mas apenas na terceira idade que ela é normalmente diagnosticada pelos especialistas. A doença se tornou uma das condições mais desafiadoras que a ciência já encontrou. Cientistas e especialistas buscam estudos diariamente, de modo a encontrar soluções e respostas para o diagnóstico.
Normalmente, o alzheimer é diagnosticado por meio de uma avaliação clínica, que acompanha exames com imagens de pesquisa de biomarcadores associados à doença - com as proteínas tau e beta-amilóide - que conseguem analisar o líquido cefalorraquidiano, através da punção lombar, um procedimento seguro, rápido e não invasivo.
Ao todo, muitos pacientes precisavam muitas vezes esperar por um tempo maior para que o resultado fosse apontado. Agora, com os avanços da tecnologia e os aprimoramentos dos profissionais, uma simples picada no dedo é tudo o que precisa para a identificação da doença.
Universidades apresentaram informações à Conferência que ajudaram na comprovação da segurança. (Foto: Reprodução/ UOL).
A inovação no diagnóstico foi apresentada na semana passada, à Conferência Internacional da Associação do Alzheimer (AAIC 2023), que aconteceu em Amsterdã, na Holanda. Essa nova forma de acompanhar a doença foi testada e se mostrou muito eficiente, desbancando até os diagnósticos clínicos.
Além disso, esse novo teste foi destacado como uma possibilidade de ser realizado em casa, o que traria mais rapidez e um acompanhamento mais acessível pelos familiares.
Segundo o patologista e diretor médico do laboratório Richet Medicina & Diagnóstico, Helio Migarinos Torres, essas novas pesquisas que estão sendo desenvolvidas têm apresentado resultados significativos e conseguem fornecer informações muito semelhantes aos testes-padrão, o que o torna valioso na pesquisa e também no tratamento do Alzheimer.
O patologista, que acompanhou os resultados apresentados na Conferência, ainda afirma que, com os dados e informações apresentadas, poderão transformar o exame simples e serão suficientes para detectar precocemente a doença e conseguir um monitoramento melhor.
Informações apresentadas à Conferência Internacional
A Universidade de Gotemburgo, na Suécia, apresentou um estudo onde foram analisados 77 pacientes com a doença que, com a amostra de sangue, foi possível detectar a alteração de todos os biomarcadores.
Amostras de sangue podem se tornar um facilitador, de modo rápido e eficiente, na identificação da doença. (Foto: Reprodução/ Veja).
Outro estudo apresentado pela Universidade de Lund, na Suécia, mostrou que com o exame de sangue, foi possível constatar um acerto superior na identificação de alterações relacionadas à doença de 85%, ao contrário dos 55% feitos pelos médicos da atenção primária à saúde.
A doença Alzheimer
Segundo dados da Organização da Saúde (OMS), o número de pessoas com a condição ao redor do mundo chega a 55 milhões. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o número de casos chega a 1,2 milhão.
Foto destaque: diagnóstico por meio de exame de sangue, pode se tornar um facilitador na identificação do Alzheimer/ Reprodução/ Veja.