A Epilepsia é uma condição neurológica caracterizada por uma desorganização nas ondas cerebrais, que ocorre por determinado período de tempo. O que acontece é um mau funcionamento na emissão de sinais para os neurônios (células presentes no cérebro) que acabam recebendo impulsos elétricos incorretos no sistema nervoso. Esta alteração é reversível, ou seja, a pessoa volta ao seu estado normal. Apesar de ser tratado com o uso de medicamentos específicos, não são todos os pacientes que têm uma reação positiva ao tratamento. Um estudo feito por cientistas do Brigham and Women's Hospital, nos Estados Unidos, mostrou que as interrupções das ligações cerebrais, estão associadas a lesões e descobriram formas de mapeá-las.
Esta condição pode ser gerada por um acidente cerebral, como por exemplo, um AVC (acidente vascular cerebral). Contudo, algo que, até então não havia ficado claro para os pesquisadores, é o motivo de alguns sofrerem com a alteração temporária e outros que tiveram incidentes, não apresentarem danos ligados à epilepsia. A equipe de pesquisadores do Brigham and Women's, realizaram um estudo inédito que mostra que a causa da condição neurológica, não está apenas ligada às lesões causadas por um incidente, mas sim, nas interrupções das conexões cerebrais geradas pela mesma.
A epilepsia causa contrações musculares intensas e involuntárias/Banco de imagens/Divulgação
A pesquisa foi publicada na revista Jama Neurology, no último domingo (2), e mostra um avanço na forma de diagnóstico e melhoria para indicar o tratamento adequado ao paciente. "Usando um diagrama de conexões do cérebro humano, o mapeamento de rede de lesões nos permite ir além da localização individual da lesão e mapear o circuito cerebral conectado a ela", disse Frederic Schaper, um dos autores do trabalho.
Foram analisadas informações de mais de 1.500 pacientes que sofreram danos no cérebro, em hospitais dos Estados Unidos e da Europa, além disso, foram extraídas dados dos veteranos de combate do Vietnam Head Injury Study, de um estudo realizado na década de 60. Segundo Marcelo Lobo, neurologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, este estudo é essencial para a compreensão da epilepsia e da conectividade cerebral.
Foto destaque: Estudo mostra que condição está ligada a interrupções de conexões cérebrais/Banco de imagens/Divulgação