Saúde

Entenda o que é a Síndrome da gordura dolorosa

Lipedema é uma condição crônica muito confundida com a obesidade, mas que não desaparece com dieta e nem exercícios físicos, apenas cirurgias não cobertas por planos de saúde

26 Set 2022 - 08h00 | Atualizado em 26 Set 2022 - 08h00
Entenda o que é a Síndrome da gordura dolorosa Lorena Bueri

É falada desde 1940 mas apenas foi oficializada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença no início de 2022, a síndrome da gordura dolorosa, como é conhecido o lipedema, é uma condição crônica que atinge por volta de 10% da população do mundo. Suas características são um acúmulo de gordura nos braços, quadris e pernas, que atinge principalmente mulheres.

Diferente da gordura comum, a lipedema é considerada doença e não diminui com dieta e atividades físicas. A condição atinge o tecido adiposo, causando inflamação que leva à fibrose e inchaços responsáveis por problemas de locomoção, dores e sensação de peso nas áreas afetadas. Por muitos anos, o lipedema era relacionado com obesidade, e as pessoas não recebiam tratamento adequado além de recomendações para a diminuição de peso. Porém, a condição é considerada hereditária, sendo causada pelos hormônios estrogênio e progesterona, que estimulam alguns grupos de células a se inflar de forma anormal.

“Muitas vezes, mulheres com lipedema além de terem a gordura. Possuem também a questão vascular, ou seja, tem as varizes expostas, com manchas, dor na articulação, e os sinais internos, como dor à pressão, pernas pesadas e dor latente”, ensina o médico e especialista Vitor Gornati, do Instituto Lipedema Brasil. Ele aponta que por volta de 20% das mulheres com o lipedema também têm linfedema, um acúmulo de líquido nos tecidos que aumenta ainda mais o inchaço.

O único jeito de combater o lipedema é com cirurgia. No procedimento, são removidas as células adiposas doentes para que não se multipliquem e continuem fazendo mal à paciente. Porém, o tratamento ainda não está presente no Sistema Único de Saúde (SUS), e nem é coberto pelos planos de saúde. As opções disponíveis são o uso de uma plataforma vibratória, usada para diminuir o inchaço, drenagem linfática para retirar o excesso de líquido, e atividade física de baixo impacto.


Atividade física. (Foto: Reprodução/Pexels)


A nutricionista Claudia Bellini afirma ainda que é importante optar por uma alimentação anti-inflamatória, rica em legumes, verduras, leguminosas, tubérculos, raízes e rizomas, ervas e especiarias, gorduras boas (abacate e azeite, por exemplo), oleaginosas, grãos e sementes. Outra dica essencial é tomar bastante água.

 

Foto destaque: Gordura localizada. Reprodução pexels

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