O diabetes, doença caracterizada pelo aumento da glicose no sangue, afeta mais de 9% da população brasileira, segundo dados da pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2021. Diante deste cenário, profissionais da área da saúde estão cada vez mais em alerta para identificar e tratar pessoas com a condição.
De acordo com Marcela O´Neal, cirurgiã-dentista da GUM, marca especialista em produtos odontológicos, o dentista tem papel importante na identificação de condições da saúde bucal que possuem uma relação bidirecional com a doença. A doença periodontal é uma dessas condições - trata-se de uma infecção crônica que acomete as estruturas de suporte do dente e se não tratada pode culminar na perda dentária - altamente prevalente nos indivíduos diabéticos.
O diabetes tem sido considerado como um importante fator de risco para doenças periodontais, por sua vez, a periodontite dificulta o controle do diabetes, sendo considerada a complicação oral mais importante dessa condição. Essas doenças apresentam uma relação bidirecional, na qual o diabetes favorece o desenvolvimento da doença periodontal, e esta, quando não tratada, piora o controle metabólico do diabetes.
Esse quadro leva a um espessamento dos vasos do periodonto dificultando o transporte de elementos nutritivos à intimidade dos tecidos, fazendo-os mais vulneráveis aos produtos de agressão microbiana e a maior severidade da enfermidade periodontal “Embora essas mudanças não sejam identificadas apenas nos pacientes diabéticos, o profissional precisa ficar atento aos sinais apresentados, visto que as doenças periodontais podem alterar o nível glicêmico em portadores da doença”, acrescenta.
Dada a relação entre doença gengival e diabetes, a especialista enfatiza que “o tratamento periodontal é essencial, pois visa diminuir o volume bacteriano e reduzir a inflamação, podendo restaurar a sensibilidade à insulina, resultando em controle metabólico melhorado, impactando de forma positiva um paciente em tratamento do diabetes”.
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