Diante da falta de orientações atualizadas do Ministério da Saúde, as decisões sobre a aplicação de doses de reforço da vacina contra o Covid-19 recaem sobre os estados e municípios. Com cada município utilizando critérios diferentes para a aplicação das vacinas, falta clareza sobre a importância de completar seu esquema vacinal para conter o novo aumento dos casos da doença.
A orientação mais recente do governo federal em relação ao assunto é de junho deste ano, e estabelece que todas as pessoas acima de 12 anos podem receber uma dose de reforço (ou terceira dose). Já a segunda dose de reforço (quarta dose) é recomendada apenas para maiores de 40 anos.
Para pessoas imunocomprometidas, são recomendadas duas doses de reforço acima dos 12 anos, e uma terceira dose de reforço (quinta dose) para aqueles acima de 40 anos. Estes são considerados os ciclos vacinais completos para cada faixa da população.
Entretanto, a maior parte das capitais adota esquemas vacinais diferentes deste e diferentes entre si. Há capitais que disponibilizam a quarta dose para toda população adulta e outras que já estão aplicando a quinta dose em idosos e imunossuprimidos acima dos 18 anos.
Corona Vírus - Covid-19 (Reprodução/Paho)
Com os casos de Covid-19 em alta novamente, é necessário reforçar a importância das doses de reforço para conter o avanço da doença.
De acordo com Álvaro da Costa, infectologista do Hospital das Clínicas, muitos fatores contribuíram para o aumento nos casos de Covid: O relaxamento do uso de máscaras, diminuição na imunidade conferida pelas vacinas com tempo e a volta de grandes eventos com aglomerações.
Com o avanço no conhecimento científico sobre os imunizantes contra o vírus, foi observado que a proteção tende a diminuir entre seis e oito meses após a aplicação das duas doses iniciais.
“As pessoas perderam o medo da pandemia, porque já se passaram dois anos, e agora os casos de amigos que pegaram são mais leves. A adesão às doses de reforço é baixa, pois elas não sabem o risco que estão correndo ao não se vacinarem novamente”, disse Álvaro em entrevista a CNN.
Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde em novembro, mais de 70 milhões de brasileiros não receberam nem a primeira dose de reforço. Dentre as pessoas elegíveis, mais de 20 milhões não foram receber a segunda dose de reforço.
Foto Destaque: Vacina contra covid-19. Reprodução/ICTQ