Saúde

Como diagnosticar e tratar diferentes doenças ginecológicas

A automedicação para qualquer coceira, ardor ou corrimento da região íntima pode piorar o problema, já que doenças diferentes têm sintomas muito parecidos, mas exigem categorias de medicamentos totalmente distintas para tratamento eficiente

05 Out 2023 - 12h33 | Atualizado em 05 Out 2023 - 12h33
Como diagnosticar e tratar diferentes doenças ginecológicas Lorena Bueri

Ao menor sinal de coceira ou ardor na região íntima, muitas mulheres sentem a tentação de correr para a drogaria e comprar uma pomadinha que é vendida livremente.

Essa atitude pode não apenas mascarar uma doença que precisa de tratamento com antibióticos ou antifúgicos como também tornar a patologia mais resistente ao tratamento, perduranto por mais tempo e se tornando recorrente.

É candidíase, vaginose bacteriana ou infecção urinária?

Dentre as patologias mais comuns, estão a candidíase, a vaginose bacteriana e a infecção urinária. Se a imunidade está baixa, pode ser que o fungo Cândida albicans (bactéria causadora da candidíase) ou a bactéria Gardnerella (fungo responsável pela vaginose bacteriana) causem infecções bem incômodas.

A candidíase traz sintomas como coceira, ardência e um corrimento parecido com leite coalhado (que pode ter mais ou menos volume e cores, como branco, amarelado ou até verde, mas não tem cheiro). Já a Gardnerella que pode ser vaginalis ou mobiluncos, tem cheiro forte, corrimento branco-acinzentado, pequenas bolhas na vagina e causa dor na relação sexual”, explica a ginecologista Dra. Mariana Rosario.

Apesar de a descrição dos sintomas parecer diferente, na prática, é difícil para a paciente identificar se está com candidíase ou gardnerella. Por isso, é importante que ela procure imediatamente um ginecologista, aos primeiros sintomas.

Além da candidíase e da vaginose bacteriana, é comum que as mulheres confundam os sintomas das doenças íntimas com os sintomas com infecção urinária.

A candidíase pode causar um desconforto vaginal e dor na hora de urinar. Mas é uma ardência quando começamos a fazer xixi – e a mulher pode achar que está com infecção urinária. Já a dor da infecção urinária é sentida quando estamos terminando de urinar – e essa confusão pode fazer com que as mulheres busquem a automedicação”, diz a médica.

Segundo ela, aí está um grande erro. “A candidíase precisa de tratamento para bactéria; a vaginose, para fungo. A infecção urinária, por sua vez, pode ser causada por alguns tipos de bactérias – e nenhum deles é o mesmo da candidíase. Então, quando a mulher se automedica, ela pode estar ingerindo o medicamento errado, que não fará efeito para a doença que tem e, além disso, deixará o organismo mais resistente”, alerta.

O que a médica aconselha é a busca pelo consultório ginecológico aos primeiros sintomas de um problema. 

Como tratar a candidíase de repetição

"Existe toda uma avaliação do quadro da paciente, já que é preciso entender se precisaremos atuar com probióticos, prebióticos ou simbióticos para que a microbiota se equilibre. Cada vez mais, entendemos a relação entre os organismos que habitam naturalmente o corpo e as doenças que se manifestam a partir do desequilíbrio deles. Tratar a disbiose, paralelamente ao tratamento tradicional, proporcionará a melhora do quadro", diz a médica.

Dra. Mariana Rosario diz que a candidíase de repetição tem ligação direta com a microbiota intestinal, então, é preciso realizar um tratamento minucioso para que a paciente se livre do problema.

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