Nos últimos dias, a imprensa tem divulgado com recorrência, o caso da psicóloga Júlia Cathermol Pimenta, que envenenou o empresário Luiz Marcelo Ormond, seu então namorado. O crime bárbaro, reacendeu o debate sobre a utilização indevida de remédios controlados e sua associação com outros de uso restrito. Para cometer o crime, Julia fez um brigadeirão e misturou uma alta quantidade de Morfina e Clonazepam. O homem de 44 anos não resistiu à combinação fatal.
Tanto a Morfina quanto o Clonazepam possuem a venda restrita em farmácias, e são identificados pela tarja vermelha ou preta. Para compra, é necessária a receita em duas vias assinadas por um médico. Uma fica retida no estabelecimento, e a segunda, com o paciente. O uso descontrolado destes medicamentos, assim como outros de uso restrito, podem causar dependência e levar a morte, quando consumidos em altas quantidades e sem acompanhamento médico.
A mistura de vários medicamentos e bebidas alcoólicas é prejudicial ao organismo (Foto: reprodução/Ewa Urban por Pixabay)
A Morfina e seu uso para tratamento paliativo da dor
Derivada do leite da papoula que produz o ópio, a Morfina é da classe dos opiáceos, e muito utilizada na medicina para o controle de dor crônica em pacientes paliativos, ao qual o tratamento recomendado já não apresenta evolução e melhora. Seu uso também é estendido em pós-operatórios como partos, em cuidados de queimaduras mais profundas, além de pacientes com câncer terminal.
Como atua no sistema nervoso central e em alguns órgãos que possuem a musculatura lisa, a Morfina tem efeito direto no tratamento de dores intensas. Por ser um medicamento com controle de dosagem, ela só deve ser aplicada por médicos ou profissionais autorizados. Seus efeitos colaterais incluem vertigem, tontura, náuseas, vômitos além de transpiração em excesso. O uso acima do recomendado causa depressão circulatória e respiratória, confusão mental e paradas cardíaca e respiratória. Médicos indicam que não se deve dirigir ou operar máquinas que exijam atenção do indivíduo.
O clonazepam no controle da ansiedade e ataques epiléticos
Também conhecido como Rivotril, o Clonazepam é um fármaco depressor que tem sua atuação no sistema nervoso central, com propriedades relaxantes e sedativas, incluindo o controle de convulsões. Pertencente ao grupo dos benzodiazepínicos, seu uso é indicado pelo período de até três meses ou menos para evitar dependência e tolerância no organismo.
Durante a pandemia de 2021 e o aumento de pessoas com ansiedade em todo o mundo, o Clonazepam teve uma maior recomendação médica, pois seu preço é mais acessível comparado a outros medicamentos com efeitos semelhantes. Ele também é utilizado no tratamento de crises de epilepsia, principalmente em crianças.
O uso de medicamentos controlados deve ser prescrito por um médico (Foto: reprodução/Liz Masoner por Pixabay)
Cuidados ao se automedicar sem prescrição médica
Assim como a Morfina, o Clonazepam e outros medicamentos de uso restrito exigem que sua utilização seja feita após análise de um profissional da área da saúde. Como são vários os efeitos colaterais, a interação indevida com remédios causam anulação, redução ou aumento dos efeitos. Caso seja necessário tomar a medicação restrita em conjunto com outra, procure o médico e pergunte sobre como irão agir em seu organismo.
Foto destaque: Cartelas de medicamentos (Reprodução: Imagem de Pexels por Pixabay)