O Fantástico realizou uma matéria especial no último domingo (30) mergulhando no universo dos ciumentos e mostrando como é a dinâmica do relacionamento com uma pessoa que tem este problema. A pergunta que guiou a investigação foi: “o ciúme em uma relação é normal?”.
A neuropsicóloga Andrea Stravogiannis foi uma das entrevistadas. Ela atende no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo voluntariamente e pesquisou sobre amor excessivo em seu mestrado e doutorado. Os resultados das pesquisas culminaram em um livro.
"A principal característica do amor patológico é o medo do abandono. Diante desse medo, a pessoa começa a cuidar de forma excessiva. É cansativo, é meloso e o outro não respira", diz Andrea na sua publicação. Ainda segundo ela, quem tem este tipo de amor tenta manter o parceiro através de cuidados excessivos. Entretanto, o ciumento vai além.
Casos reais
Os repórteres do Fantástico foram atrás de casos reais de relações impactadas pelo ciúme excessivo. O casal Cleide e Jaime foi um deles. Ambos se conheceram em um aplicativo de relacionamentos e se casaram em seguida. Terminaram por conta de brigas e conflitos e depois reataram a relação. Entretanto, o ciúme de Jaime continua sendo um problema e motivo de discussões.
Cleide e Jaime em entrevista durante o programa. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Segundo ele, a razão para esse sentimento é o medo de que pessoas se aproveitem de sua esposa. “O que passa na minha cabeça é ela se machucar com pessoas, entendeu?”, disse o marido. Para Cleide, a situação é outra. “Uma amiga do trabalho que veio aqui em casa, ele já tranca o rosto”, contou após desabafar que seu esposo fica “emburrado” com a presença de qualquer um.
A raíz do problema
Andrea Stravogiannis explica que a questão do ciumento é justamente a formação do que ela chama de triângulo, ou seja, quando uma terceira pessoa entra na dinâmica. E não precisa ser, necessariamente, algo romântico. O problema é apenas a divisão de atenção, já que o ciumento gosta de uma relação “eu e você”.
A neuropsicóloga também explicou que o primeiro passo para desvendar a mente de quem tem ciúme excessivo é entender a história do indivíduo. Abandonos e violência durante a infância podem influenciar o futuro da vida afetiva de um ser humano.
Foto destaque: Casal mexendo no celular na cama enquanto mulher tenta ver o que o parceiro faz no aparelho. Reprodução/Pexels/cottonbro studio