Especialistas de diversas universidades do continente europeu descongelaram 13 vírus presente no permafrost, parte do solo que está sempre congelada na região da Sibéria, uma das partes mais geladas do planeta, localizada na Rússia. A pesquisa foi publicada na plataforma pré-prints BioRxiv e ainda não foi avaliada por pares.
Permafrost siberiano (Foto: Reprodução/PIXABAY)
No estudo realizado pelos cientistas eles alertam que esse tipo de pesquisa é de extrema importância, devido o aquecimento global, o degelo da região do permafrost vem soltando matéria orgânica congelada por um milhão de anos. Os estudiosos afirmam que nessas matérias orgânicas é possível encontrar vírus em que estão adormecidos desde a época pré-histórica. Os cientistas explicaram que os 13 vírus encontrados são de cinco classes diferentes sendo extraídos de sete lugares. Alguns desses vírus foram encontrados em estômago de lobos da Sibéria e em fezes de mamutes.
Após a coleta os vírus foram colocados em uma cultura de ameba, todo esse processo foi realizado dentro de um laboratório altamente seguro. Mesmo estando congelados por cerca de 48.500 anos, os vírus se replicam, ou seja, existe o risco de infecções.
"Acreditamos que nossos resultados com vírus que infectam Acanthamoeba [ameba] podem ser extrapolados para muitos outros vírus de DNA, capazes de infectar humanos ou animais. Portanto, é provável que o permafrost antigo (eventualmente com muito mais de 50 mil anos) libere esses vírus desconhecidos após o descongelamento", afirmou um dos cientistas.
Região da Sibéria, Rússia (Foto: Reprodução/PIXABAY)
Os pesquisadores relatam que com o aumento do aquecimento global e da exploração do Ártico, o descongelamento dessa área pode aumentar e liberar esses vírus pré-históricos.
"O risco tende a aumentar no contexto do aquecimento global, quando o degelo do permafrost continuará acelerando e mais pessoas estarão povoando o Ártico na sequência de empreendimentos industriais", declaração presente no estudo de pesquisa.
Os cientistas deixaram claro que apesar do descongelamento desses vírus, é impossível que eles infectem algum ser humano ou animal. A pesquisa vem sendo feita em laboratórios de biossegurança elevada.
Foto destaque: Vírus descongelado por cientistas Reprodução/BioRxiv
