A versão coletada da nova variante de Covid-19 tem 113 mudanças para comparação. Em nível de comparação, a Ômicron carrega mais de cinquenta mutações, em que trinta e sete delas afetam a proteína spike, estrutura que o coronavírus utiliza para hospedar os humanos.
A nova variante foi considerada mais cambiante, pois, ao invés do paciente vencer o vírus em algumas semanas, ele sofre de uma infecção prolongada que pode durar meses. Essas infecções tendem a acontecer com mais frequência em pacientes com o sistema imunológico comprometido, como portadores do vírus HIV, por exemplo.
O grande número de mutações se refere à grande capacidade de infecção do vírus, contudo, de acordo com as pesquisas, não estão relacionadas à agressividade ou taxa de transmissão do vírus.
Por que a facilidade de mutação do vírus preocupa cientistas?
Esse fato é tão preocupante porque criam as condições perfeitas para a mutação do Coronavírus, de forma a permitir que ultrapasse as defesas do corpo. O que, teoricamente, poderia criar uma cepa capaz de driblar a imunidade natural do corpo e até mesmo das vacinas existentes. As mutações da cepa observada, como é o caso da protein spike são as que mais preocupam os cientistas.
De forma geral, as mutações são normais quando tratamos de vírus. Mas a maioria delas é insignificante quando falamos de alterações genéticas ou capacidade de transmissão e infeccção, o que não é o caso dessa descoberta de mutação viral da Covid-19.
Os pesquisadores da Universidade de Warwick contam que, à medida que o vírus se espalha,resulta em infecções mais graves aos vulneráveis e aumenta o peso das infecções a longo prazo.
Vacina de Coronavírus sendo injetada em agulha para vacinação. Foto: reprodução/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.
Além disso, eles também afirmam que essa mutação desenfreada pode ser prejudicial para o próprio vírus, já que ele pode não crescer bem devido a grande carga genética mutante. Os dados do paciente, tal como sexo, saude e idade, do qual a amostra foi coletada para ser utilizada durante a pesquisa não foram revelados
Foto destaque: Renderização 3D de um histórico médico com células do vírus Covid-19. Reprodução/Kjpargeter/Freepik.