Cientistas da Universidade de Aarhus, localizada na Dinamarca, criaram uma molécula que reproduz os efeitos metabólicos positivos para a saúde no corpo humano. Os testes foram realizados em camundongos e tiveram resultados satisfatórios, segundo estudo publicado na revista científica Journal of Agricultural and Food Chemistry, e conforme os pesquisadores envolvidos, a molécula já pode ser testada em humanos para avaliar sua eficácia.
Segundo comunicado professor do Thomas Poulsen, do departamento de Química da universidade, o nível de alcance da molécula se comparam a uma resposta metabólica natural do corpo, resultado similar a prática de exercício físico intenso e ao jejum. Quando colocada no corpo, produz um efeito metabólico correspondente a correr por 10 quilômetros em velocidade constante e de estômago vazio.
Pessoa com medicamentos (Reprodução/Fundação/gettyimagens/Trevor Williams)
O experimento
Segundo os cientistas, nos camundongos, o experimento levou seu organismo a um aumento bem tolerado dos lactatos e cetonas. Foi detectado também níveis mais baixos de ácidos graxos livres e um aumento do hormônio peptídico, inibindo o apetite e dando a sensação de saciedade. “No geral, esses resultados sugerem que LaKe é uma molécula candidata excelente para alcançar a elevação controlada e sistemática dos níveis plasmáticos de lactato e corpos cetônicos, podendo desencadear as respostas biológicas associadas a esses metabólitos”. Os pesquisadores informaram que não ficaram surpresos com o efeito, pois combinaram substâncias já conhecidas, e a diferença é que agora criaram uma molécula que consegue controlar artificialmente as quantidades de lactato e cetonas com segurança.
Poulsen completa que por mais difícil que seja difícil manter um exercício físico constante, como correr muitos quilômetros em alta velocidade, por exemplo, além de manter jejum, para algumas pessoas que possuíam algum tipo de problemas físicos, como coração fraco ou fraqueza em geral, esse suplemento nutricional será um auxílio para uma melhor recuperação. Sua expectativa é que, a Lake consiga bons resultados em humanos com segurança e que ela seja utilizada como um suplemento nutricional avançado.
Benefícios
O efeito esperado pela molécula, segundo os responsáveis pelo trabalho, é que haja um aumento da circulação de lactatos e cetonas no organismo, causando assim os benefícios de um bom exercício físico e de alimentação com restrições calóricas, pois há um aumento das substâncias no organismo, semelhante a um combustível para as células, fazendo com que haja queima de gordura pelo lactato e as cetonas produzidas após a quebra da glicose. "Quando os níveis de lactato e cetonas no sangue aumentam, a produção de um hormônio supressor de apetite também aumenta e o nível de ácidos graxos livres no sangue diminui. Isso traz uma série de benefícios à saúde, como a redução do risco de desenvolver síndrome metabólica", complementou Poulsen.
O estudo passou por desenvolvimento em diversas tentativas a fim de que só fosse consumido a substância e as quantidades desejadas por meio da alimentação, mas não alcançaram o resultado desejado por não conseguirem eliminar a presença de subprodutos indesejáveis, como ácido e sal. A partir desse ponto, aperfeiçoaram uma nova molécula capaz de fundir lactatos e cetonas, deixando de fora os subprodutos. O estudo durou cerca de três anos, mas conseguiram chegar a um resultado satisfatório, e o batizaram de LaKe.
Foto destaque: (Reprodução/Shutterstock/SportLife)