Pacientes que sofreram uma infecção de Covid-19 possuem maiores chances de desenvolverem convulsões ou epilepsia nos seis meses seguintes ao diagnóstico, aponta uma pesquisa divulgada na última quarta-feira (16/11), na revista Neurology, da Associação Americana de Neurologia.
De acordo com as análises, a chance elevada de risco foi mais explícita em crianças e em pessoas que não precisam de hospitalização. Os cientistas realçam, entretanto, que o acontecimento de episódios de epilepsia e convulsão após a Covid foi comparativamente baixa, cobrindo cerca de 1% das pessoas que tiveram Covid-19.
“Apesar do número de porcentagem de ter convulsões ou epilepsia seja pequeno, por causa que afeta menos de 1% de todos que tiveram Covid-19, dado o grande número de infecções sobre Covid-19, resulta em um elevado número de pacientes”, disse o principal autor da pesquisa Arjune Sen, professor da Universidade de Oxford, na Inglaterra, em publicação para a imprensa.
Vírus. (Foto: Reprodução/Pexels)
Covid e influenza
Para o estudo, os especialistas usaram registros de saúde de pessoas com infecções por Covid-19. Os dados foram comparados a pessoas que foram diagnosticadas com o vírus influenza durante o mesmo intervalo de tempo e que eram parecidos em idade, sexo e condições médicas. Nenhuma das pessoas havia sido anteriormente diagnosticada com epilepsia ou convulsões recorrentes.
Os pacientes analisados foram divididos em dois grupos de cerca de 150 mil cada: um dos grupos tinha sofrido a infecção de Covid e o outro por um episódio de gripe. De acordo com a pesquisa, as pessoas que tiveram Covid apresentaram 55% mais risco de apresentar epilepsia ou convulsões nos seis meses seguintes quando comparadas às pessoas que tiveram gripe.
A porcentagem de novos casos de epilepsia ou convulsões foi de 0,94% nas pacientes que tiveram Covid-19, em comparação com os 0,60% nos pacientes com gripe.
Convulsões focais
“Ainda é apontado, para que os profissionais de saúde prestem uma atenção especial aos pacientes que podem ter sintomas mais sutis, como convulsões focais conscientes, principalmente nos três meses após a infecção", relatou o especialista.
As convulsões focais conscientes acontecem quando apenas uma parte do cérebro é atingida. Nesses acontecimentos, os sintomas mais comuns são mudanças do nível de consciência associadas a sintomas psíquicos e sensoriais, como movimentos involuntários em alguma parte do corpo, comprometimento dos sentidos, como paladar, olfato, visão, audição e da fala, além de alucinações, vertigens, delírios.
Foto destaque: Vírus. Reprodução/Pexels