Nesta quarta-feira (06) comemora-se o Dia do Sexo. Especialistas declaram que ter intimidade com o seu parceiro(a) duas a três vezes por semana oferece benefícios à saúde física e mental, bem como a regulação hormonal.
É comprovado cientificamente que o sexo faz bem à saúde e que libera hormônios e substâncias que despertam sentimentos de alegria e prazer. Além disso, deixa o indivíduo mais alerta e reduz o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e outras doenças cardiovasculares.
A revista acadêmica Archives of Sexual Behavior publicou que os casais fazem sexo 51 vezes por ano, equivalente a uma vez por semana. Esse número oscila e é fundamentado na vida e circunstâncias das pessoas envolvidas.
A sexóloga Isiah McKimmie afirma que, não existe quantidade certa de sexo que faça o relacionamento ser ótimo. É perfeitamente normal os parceiros terem ideias divergentes de quando e como querem, mas o ponto principal é que os casais consigam trabalhar juntos para encontrar o prazer que funcione para ambas as partes.
Riscos à saúde
A medicina afirma que ficar um período longo sem ter relações sexuais (semanas, meses ou até mesmo anos) é prejudicial a saúde.
“É uma questão pessoal e de livre-arbítrio. Aqueles que não querem fazer sexo por um determinado período, se não estiverem em sofrimento, não precisam se preocupar. O problema é quando se quer fazer, porém, por inúmeros motivos, como falta de oportunidade, de um local adequado ou de um parceiro, não faz e sente a necessidade daquilo. Isso causa um sentimento de vazio, um desejo descontrolado, levando a desfechos negativos”, disse a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do programa de estudos em sexualidade da USP.
Essas consequências negativas que a Doutora Carmita menciona, podem trazer sérios riscos físicos e psicológicos severos. Começa com uma crise de ansiedade causada por desejos insaciáveis, e evolui para uma depressão do sistema imunológico e a posteriori do sistema nervoso central. Os pacientes sentem-se mais vulneráveis, a autoestima decai, seus corpos mudam e ficam fisicamente fracos. Isso incentiva o surgimento de doenças causadas por bactérias, vírus e até infecções comuns.
“São várias as indagações que se passam na cabeça dessa pessoa, que acaba tendo seu quadro de saúde agravado e contribuindo para um maior período sem relações sexuais. Ela começa a se perguntar se é bonita o suficiente ou o porquê de ninguém se interessar por ela a ponto de não querer ir para a cama. Há outros desdobramentos também, como rejeitar contatos sexuais, por não ter tido êxito nas atividades anteriores e querer evitar novos vexames. É uma bola de neve, que vai ficando cada vez maior até explodir em ansiedade, depressão, vulnerabilidade imunológica e doenças físicas”, declara a psiquiatra Carmita.
De acordo com a médica, a relação sexual precisa ser prazerosa para ambas as partes. Tal ato libera maior fluxo de dopamina, endorfina e oxitocina, hormônios essenciais para a saúde da mente e do corpo.
Casal abraçados em uma cama (Foto: Reprodução/jcomp/Freepik)
A quantidade diminui com o tempo
Estudos científicos afirmam que depende dos hábitos sexuais de cada pessoa. Tendo como exemplo, pessoas que praticam o ato pelo menos três vezes na semana começam a sentir os primeiros sinais de angústia em torno de 30 dias sem sexo. Para outras que mantém relações com intervalos de 15 a 20 dias, ter interstício de 3 a 4 meses não é algo alarmante.
A frequência das atividades sexuais varia de acordo com a idade, estilo de vida, saúde e libido, e normalmente decai ao longo dos anos, afirma o estudo do Instituto Kinsey para Pesquisas em Sexo, Gênero e Reprodução, nos EUA.
Segundo a Abdo, é normal a quantidade de atividades sexuais diminuírem com o passar do tempo. Com o acúmulo de responsabilidades, emprego, filhos, afazeres domésticos e outras situações, o sexo deixa de ser prioridade na vida das pessoas.
Foto destaque: Um casal na cama. Reprodução/gpointstudio/Freepik