Saúde

Cerveja sem álcool: a nova tendência de consumo do brasileiro

Dois fatores vêm contribuindo para o crescimento no consumo das cervejas sem álcool: a busca por rótulos mais saudáveis e o sabor cada vez mais próximo do encontrado nas cervejas tradicionais

31 Jul 2023 - 09h33 | Atualizado em 31 Jul 2023 - 09h33
Cerveja sem álcool: a nova tendência de consumo do brasileiro Lorena Bueri

O consumo de cerveja sem álcool no Brasil deverá mais que triplicar em 2023 em relação há quatro anos, em 2019. Enquanto naquele ano o país produziu cerca de 140 milhões de livro de cerveja zero (sem graduação alcoólica alguma), a estimativa deste ano é fechar numa produção de 480 milhões de litros. Segundo especialistas de pesquisa de mercado, os números são indicativos de uma nova tendência de consumo do brasileiro.


Produção de cerveja sem álcool no Brasil deverá alcançar 480 milhões de litros em 2023 (Foto: Reprodução/Giovanna Gomes/Unplash/)


Brasil segue tendência mundial

Os dados fazem parte de um levantamento divulgado recentemente pela Euromonitor Internacional, empresa responsável por pesquisas de mercado em todo o mundo. Segundo os especialistas da firma, o Brasil segue o padrão de crescimento do setor em todo o planeta. No mundo, o consumo de cerveja sem álcool ou low álcool (com baixa graduação alcoólica, normalmente com 3,5% ou menos) é de aproximadamente 3% do mercado cervejeiro.

Para Gustavo Castro, diretor da multinacional brasileira de bebidas Ambev, dois fatores vem contribuindo para o crescimento neste mercado: a busca por rótulos mais saudáveis, como aquela sem glúten, com menos carboidratos e calorias, e a melhoria no sabor delas. Neste segundo caso ele destaca a tecnologia de produção como fator preponderante. “O consumidor tenha acesso a um produto muito similar ao com álcool em termos de sabor. O processo de produção é o mesmo e no final, uma nova fase de retirada do álcool da bebida é adicionada”, explica.

Quinze anos de Lei seca ajudaram a criar novos hábitos

Castro destaca ainda que a busca por hábitos de consumo mais saudáveis já era verificada antes da pandemia da COVID-19, mas foi acelerada depois dela. Pessoas que intercalam com e sem graduação alcoólica e aquelas que querem curtir um evento sem embebedarem-se, ou mesmo saborear o gosto da bebida num almoço de trabalho, são alguns dos perfis identificados por ele.

Já o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Márcio Maciel destaca os 15 anos de criação da Lei Seca. Para ele, a fiscalização tem servido para conscientizar os brasileiros sobre o perigo de dirigir sob efeito do álcool. Por último, Maciel explica que a cerveja sem álcool cumpre o papel de convite ao consumo moderado.

Foto Destaque: Cerveja sem álcool tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil. Divulgação/Ambev

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