Segundo o boletim “InfoGripe”, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na última quinta-feira (28), os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por Covid-19 cresceram em algumas capitais do Brasil em setembro.
Os dados foram inseridos desde o começo do mês até dia 25, segunda-feira, no Sistema de Informação de Vigilâncias Epidemiológicas da Gripe.
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De acordo com o documento, as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro tiveram o maior número de ocorrências de SRAG. Além destas metrópoles, as cidades de Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Palmas (TO) e São Luís (MA) também apresentaram aumento nos casos.
Segundo a Fiocruz, os indícios da síndrome concentram-se em faixas etárias diferentes, dependendo da cidade e região do país. Em Fortaleza, por exemplo, casos em crianças e pré-adolescentes, de 5 a 14 anos, foram relatados com maior frequência. Em outros estados do Nordeste, exceção de Tocantins, o aumento dos casos também se concentra na população infantojuvenil.
Já nas capitais Rio de Janeiro e São Paulo, a concentração das ocorrências ficou entre os idosos. Nos outros municípios mencionados, ocorre uma oscilação das idades das pessoas que sofrem com a síndrome.
Casos de vírus
Sobre as ocorrências gerais de SRAG em nível nacional, a análise da Fiocruz detectou um índice de estabilidade na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e uma crescente na de curto prazo (últimas três semanas).
Em relação aos vírus da influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), a amostra demonstra estabilidade ou queda na maioria dos estados brasileiros. Além disso, os casos de rinovírus nas crianças e pré-adolescentes apresentaram uma queda considerável na maioria dos estados do país, restando apenas alguns distritos com casos relacionados à doença.
Teste de Covid-19. (Foto: reprodução/CNN Brasil/Walterson Rosa/MS)
De acordo com Marcelo Gomes, pesquisador e coordenador do InfoGripe, o Rio de Janeiro apresenta “um pequeno indício" para queda do ritmo de crescimento de Covid-19. Porém, mesmo com um declínio, Marcelo diz que o quadro precisa ser analisado com cautela.
“Precisamos continuar observando as próximas semanas, pois até o momento continua sendo um sinal de crescimento”, diz o pesquisador.
Além da vacinação da Covid-19 em todas as faixas etárias, o pesquisador reforça a manutenção de cuidados essenciais, como o uso de máscaras de proteção de qualidade.
Testes positivados
Outras informações do boletim mostram que, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, os resultados positivos para testes de vírus respiratório foram predominantes para Sars-CoV-2/Covid19, com 44,2%. Entre demais vírus identificados, 1,7% foram casos de influenza A, 1% de influenza B e 10,3% do vírus sincicial respiratório.
Em relação aos óbitos, 77,5% das ocorrências aconteceram por conta da infecção por Covid-19. Ademais, 0,9% sucederam pela influenza A (0,9%), 0,9% por influenza B e 1,8% por vírus sincicial respiratório.
Foto destaque: Vírus da Covid-19. Reprodução/Organização Pan-Americana de Saúde.