Por ser uma doença causada por mutações e alterações genéticas celulares, o câncer é a primeira causa de óbitos em algumas regiões brasileiras, ocupando o lugar das doenças cardiovasculares. Uma pesquisa realizada revelou que uma transição epidemiológica no país vem sendo observada em nações mais ricas. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Unifesp e outras instituições, como a Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, e a Fundação Getúlio Vargas, e acaba de ser publicado no The Lancet Regional Health - Américas.
Para conseguir chegar no resultado da pesquisa, os autores analisaram diversos dados de 5.570 municípios do Brasil, que foram fornecidos pelo Sistema de Informações de Mortalidade entre os anos de 2000 e 2019. Também foram avaliadas algumas mortes prematuras, as que ocorrem na faixa dos 30 anos aos 69 anos, que não são atribuídas pelo envelhecimento. O número de municípios em que a doença principal é o câncer e quase dobrou foi de 7% para 13%, e enquanto a mortalidade por problemas cardiovasculares caiu drasticamente, quase 40% a de câncer reduziu para 10%.
Pré-operatório para cirurgia de câncer (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Thibaud Moritz)
Mais sobre a doença
As doenças cardiovasculares ainda existem muitos casos de mortes, com alguns fatores que explicam essa transição, como os avanços na tecnologia que conseguem um diagnóstico precoce, aumento de campanhas antitabagismo, tiveram grandes impactos na queda da mortalidade cardiovascular. Leandro Resende, um dos autores da pesquisa e coordenador do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Escola Paulista de Medicina, da Unifesp diz que, o câncer, por outro lado, depende do estágio ocasionar outras doenças com diferentes causas e algumas são mais fáceis de prevenir e outras mais limitadas.
Mais dados sobre o câncer no mundo
Por ser uma doença silenciosa, o câncer é considerado uma das principais causas de morte no mundo. Os dados do Globocan de 2022 e o relatório do GCO (Global Cancer Observatory) informam que os dados ligados à OMS estimam que até 2050 teremos novos diagnósticos de tumores. Em geral, a maioria dos exames de rastreio é recomendada para pacientes acima de 40 anos.
Foto Destaque: Pesquisa realizada para o câncer (Reprodução/Getty images Embed/Loic Venance)
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