A poucos dias para o fim da campanha de vacinação contra o vírus Influenza, Brasil tem menos de 40% da população-alvo vacinada. Em abril, o Ministério da Saúde anunciou a expectativa de que, ao final da campanha, houvesse pelo menos 90% de adesão dos grupos prioritários.
O resultado preocupa os profissionais da saúde, ao considerar que a chegada do inverno traz um aumento de casos da gripe e o agravamento no quadro da saúde daqueles que não receberam o imunizante. De acordo com o painel de monitoramento da aplicação da vacina em território nacional, até este domingo (28) o país marca apenas 39,47% de cobertura vacinal da população-alvo.
O infectologista Renato Kfouri relatou à CNN que a possível justificativa para o baixo índice de vacinação seja pela perspectiva das pessoas em relação à Covid-19. Parte da população acredita que não há necessidade de atualizar as vacinas que protegem das mutações do vírus por considerarem que a pandemia acabou desde a primeira campanha vacinal.
“Nós temos uma circulação de três vírus praticamente simultâneas no país: o vírus da gripe, da Covid-19 e vírus sincicial respiratório, que atinge mais as crianças. Então, vacinar contra gripe e a Covid-19 é proteger boa parte desses casos que estão sendo internados”, destacou o infectologista.
No Brasil, o imunizante contra a gripe é fabricado pelo Instituto Butantan e distribuído na rede de saúde pública, a partir do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. Além da população-alvo, no dia 12 de maio a campanha foi ampliada para a população geral, a partir dos 6 meses de idade.
Estados mais críticos e mais avançados
Dos estados que atingiram mais de 50% de vacinação estão o Amapá (51,4%), Paraíba (66,7%) e Pernambuco (52,5%), até o momento. Já os que apresentam menor cobertura vacinal são Acre (18,9%) e Roraima (23,3%). São Paulo, onde mais abriga a população-alvo, está com 35,2% de adesão.
Painel de Monitoramento da Vacina Influenza (Foto: Divulgação/Print - Ministério da Saúde)
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a importância de se proteger a cada ano é devido a uma atualização na composição do imunizante, de acordo com as cepas do vírus que circulam com mais constância no momento.
Foto de Capa: Imunizante contra o vírus Influenza/Betânia Ramalho da Silva