Saúde

Brasil registra pela primeira vez casos de gripe aviária de alta patogenicidade

Estima-se que subtipo de alta patogenicidade do vírus Influenza A matou mais de 60 milhões de aves no ano passado, mas a transmissão para humanos é considerada rara

16 Mai 2023 - 13h00 | Atualizado em 16 Mai 2023 - 13h00
Brasil registra pela primeira vez casos de gripe aviária de alta patogenicidade Lorena Bueri

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), confirmou nesta segunda-feira (15), três casos de gripe aviária em aves silvestres no litoral do Espírito Santo. É a primeira vez que o país registra casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) de subtipo H5N1, apesar da presença do vírus em outros países grandes produtores. Pesquisadores estimam que cerca de 60 milhões de aves selvagens morreram somente ano passado após contrair o vírus. 

Os animais diagnosticados com a doença são aves marinhas da espécie Thalasseus acuflavidus, conhecida popularmente como Trinta-réis-de-bando. Há um caso no município de Marataízes, um na capital, Vitória, e um também no litoral.

Apesar do aparecimento do subtipo de alta patogenicidade, confirmado pela análise de amostras biológicas feitas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (ONÇA).o ministério da agricultura enfatizou que a situação não deve afetar o comércio e  a exportação:

Cabe destacar que a notificação da infecção pelo vírus da IAAP em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre de IAAP e os demais países membros da OMSA não devem impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros”, diz nota divulgada pelo ministério. 

Gripe Aviária


Granja de galinhas - Foto ilustrativa (Reprodução/Pixabay)


A gripe aviária também é conhecida como influenza aviária e gripe do frango, sendo uma doença viral altamente contagiosa causada pelo vírus influenza do tipo A e acometendo, principalmente, aves silvestres e domésticas. A pandemia causada pela variante de alta patogenicidade surgiu em 2020 e está relacionada com o contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais. O potencial de transmissão é preocupante, uma vez que espécies de mamíferos

como visons, texugos, porcos e ursos também estão sendo diagnosticados. 

Segundo a OMS, é raro o diagnóstico de infecção por vírus influenza aviário em humanos, cuja taxa de mortalidade foi observada em torno de mais de 50%. Cerca de 900 casos em humanos foram registrados nas últimas décadas. A transmissão, no entanto, não acontece entre o contato de uma pessoa com outra pessoa, mas no contato com secreções e fezes de aves infectadas. 

Os sintomas relacionados com a infecção em aves são descritos como andar cambaleante, pescoço caído, espirro, tosse, entre outros. Se forem observados em alguma propriedade, a recomendação é acionar o serviço veterinário mais próximo e notificar ao SISBRAVET - Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias. 

 

Foto destaque: Galinha em sistema de produção - Reprodução/Pixabay

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