Para 2025, a vacinação não será o foco no combate à dengue. No novo plano que será lançado até o dia 10 de setembro pelo Ministério da Saúde, o uso de tecnologias será o principal método para eliminar a doença. A ministra da saúde, Nísia Trindade, contou que talvez a vacinação volte a ser o eixo da prevenção em 2026.
Vacinas em preparo
Nesta quarta-feira (28) durante café com jornalistas, em Brasília, a ministra relatou que depende da vacina produzida pelo Instituto Butantan. A vacina de dose única, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos Estados Unidos, oferece cerca de 67,3% de proteção contra infecção e 89% contra casos mais graves. Os dados foram publicados recentemente no "The Lancet Infectious Diseases", e relatam que os estudos clínicos estão na fase 3. O Instituto Butantan quer conseguir a aprovação do uso da vacina pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), até o fim do ano.
A ministra também afirmou continuar seu compromisso com a vacina Qdenga desenvolvida pelo laboratório japonês, Takeda. Em 2024, Qdengua passou a ser comercializada no Brasil pelo Ministério de Saúde para públicos específicos e vendida para laboratórios privados, uma vez que era baixa a quantidade de oferta do imunizante.
Seringa para aplicação de vacina (Foto: reprodução/Pexels)
O plano do Ministério da Saúde
Segundo Nísia, o ministério não quer esperar o desenvolvimento e/ou aprovação de imunizantes para começar o controle de vetores do mosquito. Ela contou que faz uso do InfoDengue, que é uma sala de monitoramento diário da doença, mas continua aguardando a definição dos cenários. Segundo a ministra, ainda faltam alguns dados e variáveis que eles usam para montar os cenários e responder perguntas como, quais sorotipos vão estar em alta.
O Ministério da Saúde já tem métodos de estudos sendo preparados, um deles é o método Wolbachia, cuja base é liberar mosquitos que não transmitem dengue pelas cidades onde há mosquitos Aedes aegypti. Os mosquitos não transmitem nenhuma das doenças que podem ser transmitidas pelos Aedes, como Zika e Chikungunya e, quando liberados nos bairros, substituirá os mosquitos contaminados a partir da reprodução natural de forma autossuficiente e sustentável.
Foto Destaque: Mosquito Aedes Aegypti (Reprodução/Pexels)