Após a modelo Bárbara Evans ter se tornado alvo de críticas recentemente ao oferecer brigadeiro para sua filha Ayla de um ano, o assunto virou pauta para discussões e esclarecimentos, tendo em vista que ao rebater internautas nas redes sociais alegando: "a filha é minha. Então, quem decide o que ela come sou eu", a modelo contradiz o recomendado por diversas entidades e especialistas da área. A pergunta que fica é, porque brigadeiro, ou melhor, o açúcar, não é recomendado na introdução alimentar infantil?
Segundo o "Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos", do Ministério da Saúde, "os açúcares, melado, rapadura e mel (...) não devem ser oferecidos para crianças menores de 2 anos". Os adoçantes também não são recomendados. O consumo precoce de açúcar aumenta a chance de ganho de peso excessivo durante a infância e, consequentemente, o desenvolvimento da obesidade, além de outras doenças na vida adulta, assim como, pode provocar placa bacteriana entre os dentes e cárie. O alimento também dificulta a aceitação de verduras, legumes, dentre outros, considerados saudáveis.
Os resultados do consumo
Especialistas afirmam que os resultados negativos não demoram a aparecer após consumir precocemente açúcares, além disso, quanto antes começar a ingerir, maiores serão as chances de desenvolver um paladar excessivamente voltado ao doce, dando espaço para preferência aos alimentos ultraprocessados, não se atrelando a uma alimentação saudável.
Imagem ilustrativa. (Foto: Reprodução/melhorcomsaude.com.br)
Os danos são inúmeros, além dos mais conhecidos como: diabetes, hipertensão e obesidade que estão frequentemente associadas a esse tipo de dieta, a má introdução alimentar também afeta o desenvolvimento físico e mental, tornando as crianças vulneráveis à depressão e ao isolamento social. O açúcar, a gordura e o sal são ingredientes comumente presentes nos ultraprocessados e os responsáveis por intensificar seu sabor, resultando na reação do sistema neurológico, que aciona o mecanismo de recompensa ligado ao prazer. Em caso das crianças, esse estímulo é ainda mais danoso, uma vez que todo seu sistema está em formação.
Consequências futuras e recomendações
Conforme apontado pelo Atlas Mundial da Obesidade, em 2030 o Brasil deverá estar na quinta posição do ranking com o maior número de crianças e adolescentes obesas do mundo. Segundo o Ministério da Saúde, hoje, a cada dez crianças de 5 a 9 anos, três estão acima do peso.
A recomendação é ingerir ao início da introdução alimentos como frutas, legumes e vegetais obtidos diretamente de plantas ou de animais, sem sofrer qualquer alteração em sua composição.
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