O médico brasileiro Leonardo Riella liderou o histórico transplante de rim de um porco geneticamente modificado para um paciente humano, marcando um avanço monumental na medicina. Realizada no Massachussets General Hospital, em Boston, nos Estados Unidos, a cirurgia inovadora representa uma nova esperança para milhares de pessoas na lista de espera por transplantes de rim.
Antes desse feito, em 2021, uma equipe em Nova York realizou um procedimento semelhante em um paciente com morte cerebral, como parte de uma pesquisa. No entanto, esta é a primeira vez que tal transplante é realizado em um paciente vivo.
“Quando sugeriram um transplante de rim de porco, explicando cuidadosamente os prós e os contras desse procedimento, eu vi isso não apenas como uma forma de me ajudar, mas também como uma forma de dar esperança às milhares de pessoas que precisam de um transplante para sobreviver.” disse o paciente, Richard 'Rick' Slayman de Weymouth.
Um pouco sobre a pesquisa
A pesquisa para o xenotransplante, que consiste em implantar órgãos de animais em humanos, foi conduzida ao longo de cinco anos em colaboração com a empresa eGenesis. O principal desafio era superar a resposta imunológica que poderia resultar na rejeição do órgão animal. Para isso, genes suínos problemáticos foram removidos e genes humanos foram adicionados, além da inativação de retrovírus endógenos suínos para evitar riscos de infecção.
Após diversas iterações de modificações genéticas e testes em macacos, a técnica foi aprovada pelo FDA. O paciente escolhido, Richard "Rick" Slayman, 62 anos, vivia com doença renal avançada e dependia de diálise há sete anos. Slayman, voluntário para a cirurgia, enfrentava complicações decorrentes de diabetes tipo 2 e hipertensão.
Primeiro transplante de rim de porco para humanos é comandado pelo brasileiro, Leonardo Riella (Fonte: Reprodução/X/@LRviella)
Sobre o médico
Leonardo Riella, professor associado de medicina e cirurgia na Harvard Medical School, enfatizou a relevância deste procedimento baseado em um rim de porco geneticamente editado. Sua pesquisa concentra-se na compreensão dos mecanismos de regulação imunológica e no desenvolvimento de terapias para promover a tolerância a órgãos transplantados.
Essa conquista não apenas expande as opções de tratamento para pacientes com insuficiência renal, mas também abre portas para novas abordagens terapêuticas, oferecendo esperança e uma segunda chance de vida para aqueles que enfrentam doenças crônicas debilitantes.
Foto destaque: médico brasileiro lidera equipe e faz um marco siginificativo na medicina (Reprodução/Michelle Rose/Massachussets General Hospital)