Segundo o Ministério da Saúde, no momento, mais de 65 mil indivíduos se encontram aguardando na fila por transplantes de órgãos no Brasil, registrando um dos números mais elevados dos últimos 25 anos. Dentre eles, há 386 pacientes na expectativa por um transplante de coração, conforme os dados mais recentes do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), atualizados em 16 de agosto.
O caso Faustão
A recente piora no estado de saúde do apresentador Fausto Silva, que está hospitalizado por insuficiência cardíaca, acrescenta mais um nome à lista de espera por um coração. O transplante de coração é especialmente delicado devido à escassez desse órgão vital, que só pode ser doado após a morte cerebral de outra pessoa e requer compatibilidade em diversos aspectos, como peso, altura e tipo sanguíneo.
65 mil pessoas emperam por um transplante (Foto: Reprodução/iStock/Uol)
Embora o número de pessoas aguardando por um coração seja menor em comparação com outros órgãos, a urgência é maior, uma vez que o transplante de coração é muitas vezes a última alternativa de tratamento para pacientes em estado crítico. No entanto, o tempo de espera varia de 2 a 18 meses, dependendo da gravidade do paciente e da compatibilidade com um doador.
Lista extensa
A lista de espera por transplantes no Brasil é gerenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e leva em consideração a ordem cronológica, mas também considera prioridades médicas, permitindo que pacientes mais graves avancem na fila. A doação de órgãos é estritamente regulamentada no país, sendo proibida a venda ou compra de órgãos humanos.
De acordo com dados do SNT, após os rins, a fila é mais longa para córneas, fígado, pâncreas e rim combinados, seguido pelo coração. A mortalidade na fila de espera por um transplante de coração é uma preocupação, com 24% dos pacientes no Brasil falecendo antes de receberem o órgão necessário.
A recusa das famílias em permitir a doação de órgãos tem sido um desafio crescente, com uma taxa de recusa atingindo 50% após a pandemia, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Embora a legislação brasileira permita que a decisão de doar órgãos seja da família em caso de morte, essa alta taxa de recusa dificulta a operação dos sistemas de transplante do país, que poderiam salvar vidas. É urgente conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos para lidar com essa crise na saúde pública.
Foto destaque: Transplante de orgãos. Reprodução/Medicinasa