Os reality shows chegaram ao Brasil no ano 2000, quando a TV aberta decidiu investir firmemente nas próprias versões de programas internacionais de grande sucesso. Sendo assim, No Limite, Big Brother e Casa dos Artistas foram as primeiras apostas nacionais, lançadas com o intuito de impressionar o grande público. Com sucesso absoluto, o formato foi se reiventando ao longo dos anos com a chegada das disputas musicais, de dança, de paquera e até mesmo gastronômicas.
Em 2020, a pandemia do novo coronavírus trouxe com ela uma reformulação para o gênero. Com a necessidade de ficar em casa, os resultados de faturamento/audiência foram potencializados de maneira estrondosa, onde programas como Big Brother Brasil (TV Globo) e A Fazenda (Record TV) preencheram um espaço importante na vida das pessoas, que por determinados períodos, deixaram de sair, viajar e aproveitar momentos entre amigos, para sentar em frente a TV e acompanhar 24 horas o dia a dia de seres humanos diversos em uma bolha de confinamento.
Colocar no ar um reality show no começo e durante uma pandemia não foi uma tarefa fácil, levando em consideração os cuidados redobrados e os rígidos protocolos de segurança a serem seguidos. Entretanto, com êxito indiscutível, ambas as emissoras mostraram que sim: é possível entregar grandes projetos com qualidade enfrentando tempos difíceis.
2020 foi marcado por programas de confinamento. (Foto: Reprodução/Instagram)
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BBB 20
A vigésima edição do BBB, da Rede Globo, foi histórica e teve uma final composta por três mulheres. Com feminismo em pauta, a cantora Manu Gavassi, a influenciadora Rafa Kalimann e a médica Thelma Assis se destacaram entre os demais competidores e permaneceram até o último dia do confinamento.
Thelma sagrou-se vencedora, com 44,1% dos votos e levou para casa o prêmio milionário de R$ 1,5 milhão. Rafa Kalimann, por sua vez, obteve 34,81%, e ficou com o valor de R$ 150 mil; Manu ficou em terceiro lugar, com 21,09% dos votos, e levou R$ 50 mil pela posição.
A grande final do programa resultou em uma imensa fila de anunciantes interessados em um espaço comercial. Além da noite decisiva, a temporada num todo surpreendeu a alta cúpula da emissora carioca em termos de rentabilidade/audiência, desbancando até mesmo resultados de edições anteriores de absoluto sucesso.
A FAZENDA 12
Após os excelentes resultados do reality show da concorrência, a Record TV chegou em setembro com a difícil missão de emplacar mais um edição de A Fazenda. Com a escolha de um elenco aclamado pelo público, a décima segunda temporada do programa rural virou o maior sucesso comercial da história da emissora da Barra-funda. Jojo Todynho, Biel, Lipe e Stéfani desbancaram os demais concorrentes e permaneceram em Itapecerica da Serra até a final do programa.
Jordana sagrou-se vencedora, com 52,54% dos votos populares e levou para casa o prêmio principal de R$ 1,5 milhão. Biel, por sua vez, obteve 36,10% dos votos e ganhou um carro zero quilômetros; Stéfani ficou em terceiro lugar com apenas 11,36%.
O volume de anunciantes que apostaram no projeto superou todos os outros sucessos da casa, como as novelas "Os Dez Mandamentos" e "A Terra Prometida". O retorno positivo foi tanto que no dia 22 de outubro a Record teve de estrear um intervalo especial: o apresentador interrompe o programa para a exibição de um comercial de 60 segundos, que pode incluir até três anunciantes.
Fato é: 2020 foi protagonizado por programas de confinamento.
(Foto Destaque: A Fazenda | Big Brother. Reprodução/Instagram)