Zelensky afirma que trocas de prisioneiros com a Rússia devem continuar
Presidente ucraniano critica postura russa e diz que negociações humanitárias devem continuar, apesar dos impasses

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (8) que acredita na continuidade das trocas de prisioneiros de guerra com a Rússia, apesar das recentes tensões e acusações entre os dois países. Em uma declaração em vídeo, Zelensky afirmou que o governo ucraniano permanece empenhado em garantir a libertação dos detidos e a devolução dos corpos de soldados mortos no conflito.
Segundo o presidente, foram realizadas conversas recentes com autoridades de alto escalão, como o ministro da Defesa Rustem Umerov, o chefe da Inteligência Militar (HUR) Kyrylo Budanov e o diretor do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), Vasyl Maliuk. Ele afirmou que todos continuam trabalhando para garantir os direitos e a dignidade dos prisioneiros ucranianos.
Zelensky afirmou que a Rússia ainda não entregou à Ucrânia as listas completas de prisioneiros, mencionadas nas negociações realizadas em Istambul, e acusou o governo russo de usar até mesmo questões humanitárias para fazer jogos políticos e espalhar desinformação.
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Volodymyr Zelensky em declaração de vídeo (Vídeo: reprodução/Instagram/zelenskyy_official)
Rússia acusa Ucrânia de interrupção
A troca de prisioneiros entre os dois países sofreu uma nova interrupção, com cada lado atribuindo a culpa ao outro. O assessor do Kremlin, Vladimir Medinsky, declarou que foi a Ucrânia quem interrompeu, de forma unilateral, o processo de troca de prisioneiros e a devolução dos corpos de soldados mortos, sem informar quando essas ações poderiam ser retomadas.
O Ministério da Defesa da Rússia alegou que representantes ucranianos não compareceram a um encontro programado, o que teria inviabilizado o processo.
Em nota, o ministério russo declarou que aguarda um posicionamento oficial da Ucrânia e que o país está pronto para retomar as trocas assim que houver uma decisão de Kiev. O vice-ministro da Defesa da Rússia, Alexander Fomin, afirmou que até o momento não foi apresentada nenhuma justificativa por parte da Ucrânia para o atraso nas operações.
Negociações seguem com foco humanitário
Apesar do impasse, Zelensky demonstrou otimismo quanto à continuidade das negociações. As duas nações realizaram recentemente uma nova rodada de conversas em Istambul, na qual foi firmado um acordo para priorizar a troca de prisioneiros, jovens e feridos, além da repatriação dos corpos de cerca de 12 mil militares mortos.
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou a população para que se mantenha atenta diante da possibilidade de novos bombardeios aéreos russos nos próximos dias, reforçando a importância de seguir os alerta de segurança.
A guerra entre Rússia e Ucrânia ultrapassa dois anos de duração, e não há, até o momento, qualquer sinal concreto de um possível cessar-fogo. Ainda assim, Zelensky argumenta que manter canais de negociação humanitária abertos, especialmente em relação à troca de prisioneiros e repatriação de corpos, é fundamental para aliviar o sofrimento causado pelo conflito à população civil e às famílias dos combatentes.