Miguel Uribe morre após ser baleado durante comício
Senador e pré-candidato à presidência da Colômbia havia sido atingido por uma bala na cabeça em junho deste ano, durante um discurso em Bogotá

O senador e pré-candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe, morreu nesta segunda-feira (11), após ser baleado na cabeça durante um comício em junho em Bogotá, capital do país.
Favorito à vitória nas próximas eleições presidenciais da Colômbia, que acontecem em 2026, Miguel Uribe Turbay tinha 39 anos, era casado com Maria Claudia Tarazona e deixa um filho.
Ato encomendado
Em 7 de junho deste ano, Miguel Uribe fazia um discurso durante um comício que acontecia em Bogotá, quando foi atingido por dois tiros na cabeça e um no joelho. O senador estava internado no hospital Fundación Santa Fé, na capital colombiana, quando teve piora no seu quadro de saúde, na semana passada.
Seis pessoas que eram consideradas envolvidas no caso foram presas, incluindo um adolescente de 15 anos. Há suspeitas de que o crime havia sido encomendado por uma dissidência das Farc. Segundo a polícia da Colômbia, é provável que o líder Iván Márquez, da segunda Marquetalia, grupo criminoso criado após o acordo de paz de 2016, teria sido o mentor do crime.
Maria Claudia Tarazona, esposa de Uribe, escreveu nas suas redes sociais que o amor dos dois transcende o plano físico e que agora terá de aprender a viver sem o marido.
Após o falecimento, imagem de Uribe foi colocada em sua cadeira no congresso em Bogotá (Foto: reprodução/Raul Arboleda/AFP/Getty Images/Embed
História política
Miguel Uribe era conservador e pré-candidato à presidência da Colômbia pelo Centro Democrático, partido de oposição ao governo atual. Neto de Julio César Turbay Ayala, do Partido Liberal, que foi presidente da Colômbia entre 1978 e 1982 e faleceu em 2005. Sua avó, Nydia Quintero de Balcázar, é a fundadora do grupo “Solidaridad por Colombia”.
Uribe era filho de Diana Turbay, jornalista sequestrada e morta em 1991 após uma operação de resgate por narcotraficantes do cartel de Medellin, liderado por Pablo Escobar. Em 2024, no local do assassinato de sua mãe, o senador havia compartilhado o seu desejo de se tornar presidente da Colômbia.
Com a família engajada na política do país, Uribe iniciou na vida pública em 2012, como vereador de Bogotá e Secretário de Governo do prefeito Enrique Peñalosa. Em 2019, foi candidato à prefeitura da capital, terminando em quarto lugar no pleito. Três anos mais tarde, Uribe foi eleito senador, cargo que ocupava até o crime que culminou em sua morte.
Mestre em Administração Pública por Harvard, Uribe tinha a segurança pública como uma das bases de seu discurso. Após a fatalidade, o Centro Democrático ainda não anunciou um candidato do partido às eleições de 2026.