Juiz rejeita acusações de terrorismo contra Luigi Mangione em Nova York

O tribunal estadual de Nova York rejeitou nesta terça-feira (16) duas acusações relacionadas a terrorismo contra Luigi Mangione, acusado de assassinar Brian Thompson, CEO da UnitedHealth. Entre elas estavam homicídio em primeiro grau em prol de ato terrorista e homicídio em segundo grau como crime de terrorismo. O juiz responsável classificou as acusações como “legalmente insuficientes”.

Mangione compareceu novamente ao tribunal, onde já havia se declarado inocente em audiências anteriores, tanto em nível estadual quanto federal. O caso, que ganhou grande repercussão nos Estados Unidos, envolve um crime cometido em dezembro, quando Thompson foi baleado em frente a um hotel em Manhattan, local que sediava uma conferência da empresa com investidores.

A decisão ocorre em um contexto de tensão política no país. Na última semana, o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk ampliou temores sobre a escalada da violência com motivações políticas. Autoridades de diferentes espectros ideológicos têm alertado para o risco de radicalização.


Luigi Mangione chegando ao Tribual de Nova York (Vídeo: Reprodução/Instagram/@dailymail)

Defesa contesta dupla acusação

Os advogados de Mangione já haviam solicitado, em maio, o arquivamento do processo estadual. A defesa argumenta que submeter o réu a dois julgamentos diferentes pelo mesmo ato viola o princípio constitucional que impede dupla persecução penal. Segundo a equipe jurídica, os promotores buscam “duas mordidas na maçã” para garantir uma condenação.

A defesa é liderada por Karen Friedman Agnifilo, ex-promotora estadual de Manhattan, que sustenta que os processos estadual e federal se baseiam em narrativas conflitantes. De acordo com os advogados, caso Mangione se defenda no tribunal estadual alegando que sua conduta teve como alvo apenas Thompson, isso poderia incriminá-lo automaticamente no caso federal.

Apesar dos argumentos, o gabinete do promotor Alvin Bragg respondeu que não há fundamento para essa tese. Em junho, os promotores afirmaram que as consequências enfrentadas pelo réu são resultado direto de suas próprias ações, e não de falhas no sistema judicial.

Julgamentos seguem indefinidos

Embora tenha obtido uma vitória parcial com a retirada das acusações de terrorismo no tribunal estadual, Luigi Mangione ainda enfrenta processos sérios. Ele continua acusado de homicídio doloso, crime que pode resultar em prisão perpétua, caso condenado.

No âmbito federal, a situação é ainda mais grave. O Departamento de Justiça busca aplicar a pena de morte, sustentando que o réu perseguiu Thompson através de fronteiras estaduais antes de cometer o assassinato. Esse detalhe adiciona um peso extra ao processo federal e mantém Mangione sob custódia rigorosa desde dezembro.

Até o momento, as datas dos julgamentos, tanto estadual quanto federal, ainda não foram definidas. A expectativa é de que os próximos meses sejam decisivos para a defesa e para os promotores, que continuarão disputando interpretações jurídicas em torno do caso. Enquanto isso, o nome de Mangione segue dividido entre a imagem de criminoso e, para alguns críticos do sistema de saúde, a de símbolo de protesto.

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