Eleições 2026: Trump quer eliminar votos por correspondência e urnas eletrônicas
O presidente americano deseja acabar com esse modelo de votação por acreditar que houve fraude em 2020, quando perdeu as eleições para Joe Biden

O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 18 de agosto, planos para acabar com o voto por correspondência e por urnas eletrônicas antes das eleições de meio de mandato de 2026, que definirão novos deputados e parte do Senado.
A dinâmica do voto por correspondência
Em postagem na rede social Truth Social, Trump afirmou que assinaria uma ordem executiva para garantir integridade no processo eleitoral, mas sem detalhar o conteúdo do decreto. Ele alega, sem evidências, que o voto por correio foi responsável por fraudes na eleição presidencial de 2020, perdida para Joe Biden.
Apesar do Partido Republicano ter obtido vitórias significativas em 2024, com aumento no uso do voto por correio entre seus eleitores, Trump mantém sua crítica à prática. No último pleito, cerca de 30% dos votos foram enviados por correspondência. Ele também classificou as urnas eletrônicas como “um desastre” e “imprecisas”, sugerindo, incorretamente, que os EUA são o único país a adotar o voto postal. Na realidade, nações como Canadá, Suíça, Reino Unido e Austrália também utilizam esse sistema.
Donald Trump planeja abolir voto por correspondência (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)
Opiniões divergentes
Trump também argumentou que os Estados, responsáveis pela administração do voto por correio em 28 regiões sem exigência de justificativa, deveriam seguir ordens do governo federal. O presidente americano chegou a citar uma conversa com Vladimir Putin, presidente russo, na qual o líder teria concordado que o voto por correio comprometeu a eleição de 2020.
Já os defensores do voto por correspondência, como estudiosos do MIT, salientam que o método amplia a participação eleitoral, beneficiando pessoas com deficiência ou horários restritivos. Em 2020, quase metade dos votos nos EUA foi por correio, percentual que caiu para um terço em 2022. A proposta de Donald Trump levanta dúvidas sobre sua viabilidade, já que a gestão eleitoral é majoritariamente estadual.