Papa Francisco afirma que Lula foi condenado injustamente e que Dilma é uma excelente mulher

Líder da Igreja Católica foi entrevistado pelo canal argentino C5N, semanas antes de ser internado por dificuldade respiratória decorrente de uma bronquite.

01 abr, 2023

Em entrevista concedia à TV C5N da Argentina, o pontífice da Igreja Católica, o papa afirmou nesta sexta-feira (31) que o presidente Lula (PT) foi condenado sem provas. O papa Francisco ainda reiterou que o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, foi injusto. E que Dilma Rousseff tem as mãos limpas, sem evidências de crime.

Ao ser questionado sobre o chamado lawfare — um termo que significa o uso abusivo da Justiça para fins políticos, que está sendo usado pelo Partido dos Trabalhadores para reprovar a atuação da força-tarefa da Lava-Jato — na América Latina, Francisco lembrou a condenação do petista.

O lawfare abre o caminho nos meios de comunicação, para impedir que uma determinada pessoa alcance um cargo. Então, eles os desqualificam e colocam ali a suspeita de um crime. Então, fazem todo um sumário, um resumo enorme, e não se encontra nenhuma prova do delito. Mas para condenar, basta o tamanho do sumário. “Onde está o crime aqui?”/ ‘Sim, parece que sim.” E assim condenaram o presidente Luiz Inácio.” — observou o pontífice em entrevista realizada antes de ser internado para tratar a bronquite.

Em seguida, o líder da igreja católica pergunta sobre o ocorrido com a ex-presidenta Dilma. E ele mesmo responde, após o jornalista argentino falar que a ex-presidente foi afastada por “um ato administrativo”.

“Eles não conseguiram comprovar. Dilma é uma mulher de mãos limpas, é uma excelente mulher.” afirmou Francisco.


Papa Francisco em entrevista a TV C5N. (Foto: Reprodução)

 


Os processos contra Luiz Inácio Lula da Silva foram anulados pelo STF em 2021 por questões técnicas. O juiz Sérgio Moro, que hoje é senador eleito e era o responsável pelo caso, foi considerado parcial para julgar o presidente Lula e os processos deveriam ter a tramitação no DF, e não no Paraná.

Dilma foi afastada em definitivo da presidência da República em 31 de agosto de 2016, seis dias após o início do julgamento no Senado Federal, com 61 votos favoráveis ao impeachment. A votação do processo de impeachment ocorreu nove meses após a abertura, que foi feita pelo então presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ). Na votação anterior entre os deputados federais, 367 parlamentares votaram a favor do impeachment, e 137 votaram contra.

Para os parlamentares, Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade fiscal contra a lei orçamentária ao atrasar os repasses do governo federal para os bancos públicos, prática conhecida popularmente como “pedalada fiscal”. Dilma Rousseff foi a segunda presidente a não concluir o mandato após a redemocratização. Além dela, o ex-presidente Fernando Collor sofreu um impeachment em 1992.

Foto destaque: Papa Francisco. (Foto: Reprodução Vatican News)

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